Em menos de um ano, 18 presos perigosos do RJ vão para presídios federais
Último foi Zinho, considerado o miliciano mais temido do estado; comparsa dele foi transferido no sábado (16)
Em menos de um ano, 18 presos considerados de alta periculosidade foram transferidos do Rio de Janeiro para presídios federais.
No último sábado (16), foi a vez do miliciano tido como um dos mais perigosos do estado. Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho estava no presídio de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1) e foi levado para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Junto com ele, o comparsa Marcelo de Luna Silva, conhecido como Boquinha, também foi transferido a uma unidade de Regime Disciplinar Diferenciado.
A operação, realizada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap), envolveu 16 policiais penais e cinco viaturas, que escoltaram os criminosos do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio, até o aeroporto Santos Dumont, no Centro.
Lá, sob forte esquema de segurança, os dois foram entregues a cinco policiais penais federais que o escoltaram até a Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
O destino do miliciano foi definido em conjunto com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Mas a decisão sobre a transferência para um presídio federal foi da juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, em 20 de fevereiro.
“A ação de hoje mostra que a Seap, juntamente com a Senappen, está trabalhando de forma cada vez mais integrada em prol da segurança do povo do Rio de Janeiro. Estamos cumprindo o nosso papel de preservar a ordem e a disciplina junto às unidades prisionais, coibindo que essas lideranças se articulem para além dos muros”, afirmou a secretária de Estado de Administração Penitenciária, Maria Rosa Lo Duca Nebel.
Com 12 mandados de prisão e foragido desde 2018, Zinho se entregou à Polícia Federal em dezembro do ano passado. Ele ocupava o posto deixado pelo irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto em 2021.
Apontado como responsável por comandar os ataques à zona oeste do Rio no fim do ano passado, quando 35 ônibus foram incendiados e o caos instalado na capital fluminense, Zinho estava na mira da polícia desde que assumiu o comando da organização criminosa.
Dias antes da prisão, a milícia vinha sendo alvo também de operações da Polícia Federal. Uma delas contra a deputada Lucia Helena Pinto de Barros, a Lucinha (PSD), que era apontada como “madrinha” pelos milicianos e agiria como lobista em favor de ações ao bando. A Justiça determinou o afastamento dela do cargo.
“Com a transferência de lideranças de milícias e de facções para presídios em outros estados, conseguimos interromper uma cadeia de comando que eles continuam exercendo mesmo estando presos”, declarou o governador Cláudio Castro (PL).
Antes de Zinho e Boquinha, o Governo do Estado fez uma megaoperação, no ano passado, para a transferência de 16 lideranças criminosas para presídios federais de uma só vez. Na ocasião, além da Seap, participaram outras forças de segurança, como Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Federal e Senappen.