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    Estamos perto do “ponto de não retorno”, diz especialista sobre Amazônia

    Climatologista disse ainda que o mundo espera que o Brasil volte a ser protagonista em soluções sustentáveis

    Pedro Zanattada CNN , em São Paulo

    Em entrevista à CNN, neste sábado (10), o copresidente do Painel Científico para a Amazônia, Carlos Nobre, afirmou ser preciso zerar todo o desmatamento na Amazônia, uma vez que a floresta está perto do “ponto de não retorno”.

    “O mundo inteiro está olhando o Brasil, vamos ter que trabalhar firmemente, com muita eficácia, para zerar o desmatamento. Às vezes se fala em zerar o desmatamento ilegal mas, de fato, o desafio para a Amazônia… ela está tão perto de um ponto de não retorno, de se tornar um ecossistema degradado, que é melhor zerar todo o desmatamento e passarmos a ter o maior projeto de restauração florestal de todo o mundo para salvar a Amazônia”, disse.

    O climatologista comentou ainda que o mundo espera que o Brasil volte a “ser um protagonista de buscar soluções sustentáveis para o planeta”. Segundo ele, o retorno do Plano Amazônia é uma notícia “muito boa”, mas também um “enorme desafio”.

    “É a retomada de um plano que, lá atrás, foi uma resposta ao desmatamento que tinha explodido no Brasil em 2004. Quase 28 mil quilômetros foram desmatados na Amazônia brasileira e esse plano foi sendo implementado com muita eficácia e tivemos a maior redução dos desmatamentos. Em 2012, tivemos 4,6 mil quilômetros desmatados, o valor mais baixo desde os anos de 1970”, afirmou Nobre.

    Para o especialista, é preciso que o país realize investimentos na “bioeconomia” e retome a industrialização.

    “Esse é um desafio de todo o Brasil. Nós nos desindustrializamos por décadas e não existe pais desenvolvido que não seja industrializado. Para a Amazônia é esse desafio, nós temos que nos industrializar, agregar valor para os produtos da floresta. Por exemplo, o açaí é um produto que traz mais de US$ 1 milhão para a economia da Amazônia brasileira, mas ainda a industrialização é modesta”.

    Veja a entrevista completa no vídeo acima.

    (*Produzido por Bárbara Brambila, da CNN, em São Paulo).

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