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    Estudantes com deficiência têm maior risco de evasão escolar, aponta estudo

    À CNN Rádio, a coordenadora do Instituto Rodrigo Mendes, Luiza Corrêa, afirmou que alunos não tiveram acesso a materiais escolares que contemplavam as diferentes deficiências

    Amanda Garcia

     

    Em dois anos de pandemia, um em cada dez estudantes com deficiência não tiveram nenhuma aula com recursos de acessibilidade. É o que aponta estudo elaborado pela Plano CDE, com base em dados da pesquisa Datafolha.

    Além disso, 29% deles sequer receberam ou raramente obtiveram materiais pedagógicos.

    A maioria dos responsáveis – um equivalente a 59% – declarou que alunos nunca ou raramente receberam o Atendimento Especializado Educacional (AEE). Esse panorama coloca os estudantes em maior risco de evasão escolar.

    A pesquisa, feita a pedido feita a pedido do Itaú Social, Fundação Lemann e Banco Interamericano de Desenvolvimento e com apoio do Instituto Rodrigo Mendes, evidencia que esses alunos tiveram mais dificuldade para retornar à escola em relação aos colegas sem deficiência.

    “A pandemia alterou a educação com a gente conhecia para todas as pessoas, antes as principais barreiras eram arquitetônicas, como rampa, elevador e banheiros acessíveis, mas nas aulas remotas as principais barreiras se tornaram comunicacionais”, disse a coordenadora de advocacy do Instituto Rodrigo Mendes, Luiza Corrêa.

    À CNN Rádio, no CNN Educação, ela exemplificou: “Alunos não tinham a acessibilidade necessária para ter as aulas, como lições em vídeo, sem legenda ou janela de libras, são impossíveis para crianças surdas.”

    Para Luiza, o importante neste retorno é a “comunicação ativa das diretorias de ensino, gestões pedagógicas e professores com estudantes e suas famílias.”

    “São eles que vão apontar quais são as dificuldades, as escolas são obrigadas por lei a oferecer apoio a quem necessita, o diálogo é essencial.”

    Em dezembro de 2021, o receio da desistência estava presente em 28% dos responsáveis por alunos com deficiência, contra 19% dos demais – entre os motivos, estão a dificuldade de acompanhar as atividades e a falta de acolhimento nas escolas.

    “O professor e escola como um todo têm de se reinventar para atender a todos os estudantes, repensar a educação para ela ser mais inclusiva, porque isso vai melhorar a qualidade do ensino para todos os alunos, inclusive os sem deficiência”, defendeu.

    O estudo apontou que 48% dos estudantes com deficiência tiveram dificuldades para manter a rotina de estudos e 32% apresentaram dificuldades no relacionamento com professores e colegas.

    O levantamento foi feito com base na opinião de 1.850 adultos, sendo que 130 deles eram mães, pais e responsáveis por crianças ou jovens com deficiência.

    *Com produção de Bruna Sales

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