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    Evasão escolar no ensino médio atinge meio milhão de jovens por ano, aponta estudo

    Fenômeno atinge mais de 500.000 jovens do Ensino Médio por ano

    Carol Queirozda CNN , em Manaus

    A evasão escolar é uma tragédia silenciosa que amplifica desigualdades sociais e impacta a economia brasileira, segundo a pesquisa “Combate à evasão no Ensino Médio: desafios e oportunidades”, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan SESI), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

    Os dados coletados no estudo mostram que a evasão escolar atinge mais de 500.000 jovens acima de 16 anos por ano.

    No Brasil, apenas 60,3% completam o ciclo escolar até os 24 anos. Entre os mais pobres, o número dos que concluem o ensino médio é de 46% contra 94% dos estudantes mais ricos.

    O estudo, que reuniu mais de 100 experiências nacionais e internacionais de combate a esse problema, mostra que a estimativa é que cada aluno que deixa de terminar o ensino médio gera um prejuízo de 395 mil reais para si e para a sociedade.

    Se o Brasil tivesse índices como os do Chile, onde a taxa de conclusão de jovens no ensino médio fica em torno de 93%, o ganho anual na economia seria de R$ 135 bilhões.

    Distorção idade-série, baixo aprendizado, desigualdade social e econômica, falta de orientação sobre carreiras e, como consequência, um baixo engajamento dos alunos com os estudos são alguns dos principais obstáculos a serem vencidos na luta contra a evasão de jovens do Ensino Médio brasileiro – caracterizado pela baixa qualidade do ensino e elevadas taxas de reprovação e evasão.

    “Identificamos iniciativas que podem contribuir de maneira decisiva para o combate à evasão, como apoio financeiro para pagamento de bolsas para manter ou atrair de volta à escola alunos de baixa renda; ambientes de aprendizagem inovadores e acolhedores que mantenham os jovens motivados; apoio à gestão escolar e valorização dos professores; projetos de ajuda à transição para o mundo do trabalho que conjugam estudo com o início de uma experiência profissional; apoio psicológico e à aprendizagem, entre outros”, elencou a professora Andrea Marinho, assessora e coordenadora técnica do estudo pela Firjan SESI.

    Boas práticas

    Entre os casos de sucesso, há o “Becoming a Man”, de Chicago (EUA), que proveu os estudantes de áreas mais pobres com apoio psicológico para evitar a tomada de decisões precipitadas que os colocassem em risco.

    O resultado reduziu as prisões entre 28% e 35% e aumentou a taxa de conclusão do Ensino Médio em 19%.

    No Rio de Janeiro, entre 2011 e 2016, o Renda Melhor Jovem remunerava os alunos em R$ 700 ao término do 1º ano do Ensino Médio. O valor aumentava a cada ano a mais concluído. O índice de evasão foi reduzido em 33% entre o público-alvo de baixa renda.

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