Falsa médica é presa dentro de clínica na Baixada Fluminense
No local, foram encontrados medicamentos fora do prazo de validade, além do armazenamento de seringas e outros materiais descartáveis já utilizados
A Polícia Civil do Rio prendeu em flagrante na segunda-feira (27) uma falsa médica que realizava procedimentos estéticos e odontológicos em uma clínica na rua Nunes Alves, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A operação foi realizada pela Delegacia Especial de Crimes Contra o Consumidor (Decon).
Neucileny Melo Barbosa, conhecida como Doutora Eny nas redes sociais, era uma das proprietárias do local e foi flagrada exercendo a profissão de forma ilegal, segundo a polícia.
No local eram feitas aplicações de botox, preenchimento facial e pequenas cirurgias de nariz e pálpebra a preço popular. Numa publicação de janeiro, um dos perfis ligados à clínica na internet divulgou o serviço de redução de grandes lábios vaginais por R$ 2.000. Foram justamente os valores que chamaram a atenção das autoridades, que realizavam monitoramento de anúncios de serviços estéticos e odontológicos em redes sociais.
Os policiais constataram ainda que o marido de Neucileny, João dos Santos Cintra, era sócio da clínica e também estava exercendo ilegalmente a profissão.
Além disso, foram encontrados medicamentos fora do prazo de validade, além do armazenamento de seringas e outros materiais descartáveis já utilizados. Os agentes apreenderam carimbos, agendas de marcação de consultas e cartões de visitas dos conduzidos.
Durante a ação, uma cliente que havia sido submetida a um procedimento de harmonização facial há poucos dias chegou na clínica dizendo que teve que ser medicada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da cidade e reclamava de fortes dores e inchaço no rosto.
Neucileny e João alegaram que eram formados em medicina na Venezuela, mas não apresentaram qualquer documentação que comprovasse a afirmação. Segunda a polícia, os dois não possuíam revalidação do diploma de medicina no Brasil e, consequentemente, não tinham inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM).
A falsa médica ainda se identificou aos policiais como integrante do Corpo de Saúde do Exército Brasileiro, mas os agentes descobriram que ela foi militar temporária do Exército no Amazonas como técnica de enfermagem e sofreu processo de exclusão por deserção em 2022.
Segundo a polícia, os dois alugavam os consultórios da clínica para profissionais devidamente habilitados com a finalidade de confundir os clientes e transmitir suposta aparência de legalidade na atuação dos falsos profissionais.
Neucileny ficou presa em flagrante pela prática de crime contra as relações de consumo e João responderá em liberdade após ter assinado um termo de compromisso para comparecer em juízo por exercício ilegal de medicina.
A CNN tenta contato com a defesa dos suspeitos.