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    Fundo formado por ex-alunos da UFRJ deve arrecadar R$ 15 milhões até fim do ano

    Recursos serão aplicados no financiamento de projetos de alunos e professores da universidade

    Isabelle Resende, da CNN, no Rio de Janeiro

    O Instituto Reditus, fundo patrimonial criado por alunos e ex-alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) já arrecadou cerca de R$ 7 milhões desde que foi implementado em dezembro do ano passado. Já é considerado um dos que mais cresceu, dentro do segmento, no Brasil. E os fundadores garantem que não vão parar por aí.

    Até o fim de dezembro, eles pretendem arrecadar R$ 15 milhões. A ideia é investir na instituição e fomentar seu crescimento e a educação de seus universitários.  

    Pensando nesse crescimento, eles lançaram um desafio nas redes sociais para aumentar a arrecadação de recursos para o financiamento de projetos ligados à universidade. Até o fim do mês de julho, todas as novas doações realizadas através do site da ONG serão triplicadas pelos apoiadores.  

    O valor arrecado é aplicado para financiar projetos da universidade nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Além disso, também fomenta a formação de novas lideranças e o empreendedorismo.

    O Instituto Reditus conta com 71 voluntários e possui mais de 130 doadores, e conta com o apoio de executivos como Carlos Brito, que acaba de deixar o comando da cervejaria AB Inbev, Geraldo Thomaz e Mariano Gomide (fundadores e co-CEOs da Vtex, start-up que acaba de abrir capital na Nasdaq) e Bruno Pandolfi (fundador da gestora SPX).  

    O Instituto não possui vínculo institucional com a UFRJ. Os endowments, como são conhecidos, são fundos patrimoniais que captam recursos a partir de doações. O montante acumulado é preservado, permitindo usar os rendimentos obtidos a partir desse patrimônio para financiar os projetos. Com isso, o fundo mantém a perenidade da instituição que beneficia. 

    O bom desempenho na captação de recursos está ancorado nesses apoiadores que atuam para retribuir a formação recebida colaborando com alunos que hoje atuam em projetos na instituição. 

    Em latim, a palavra Reditus quer dizer “retorno ou retribuição”, que resume bem a essência do instituto que pretende retribuir à sociedade a educação pública de qualidade que receberam. O fundo é possui um Conselho Fiscal, Administrativo e um Comitê de investimentos, responsável por propor estratégias e acompanhar os investimentos.  

    UFRJ
    Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
    Foto: UFRJ/Divulgação

    O primeiro edital lançado este ano, de R$ 100 mil, apoiou 12 projetos de estudantes e professores. A ideia surgiu em 2017, mas sua história começou bem antes, em 2006, quando o aluno de engenharia de produção Daniel Spilberg ganhou bolsa de estudos do governo para estudar na França. Com o dinheiro que recebeu em um estágio remunerado, ele ajudou outro estudante e isso virou uma cadeia de solidariedade, até o surgimento do fundo no ano passado.  

    Segundo a própria UFRJ, o orçamento atual é o mesmo de 13 anos atrás, metade do ano passado. Só de gastos com despesas básicas como água, luz, segurança e limpeza, a UFRJ gasta por mês R$ 31 milhões. Segundo a reitoria, esse valor é suficiente apenas até este mês de julho.  

    Em 2012, o orçamento foi de R$ 773 milhões; no ano passado, R$ 386 milhões. Queda em média de 7% ao ano. Este ano, dos R$ 299 milhões previstos, o governo federal liberou pouco mais de R$ 140 milhões. O orçamento do MEC para Universidades Federais é o menor dos últimos 10 anos: R$ 4,5 bilhões. Deste total, R$ 1 bilhão está bloqueado.  A UFRJ tem 65 mil alunos e 1.456 laboratórios. São 176 cursos de graduação, 45 bibliotecas e 13 museus.

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