Governo de SP rescinde contrato de locação do estádio do Ibirapuera após remoção da pista de atletismo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional informou que não havia sido comunicado sobre a realização do evento automobilístico no local
O Governo do Estado de São Paulo anunciou a rescisão do contrato de locação do Estádio Ícaro de Castro Mello, localizado no complexo do Ibirapuera. A decisão surge após críticas relacionadas à destruição da pista de atletismo do local na última semana.
De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Secretaria de Esportes do Governo solicitou autorização para intervenções no estádio e no Ginásio Geraldo José de Almeida. No entanto, o Iphan afirmou não ter sido comunicado sobre intervenções relacionadas a eventos automobilísticos e ressaltou a necessidade de prévia aprovação.
A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) expressou indignação com a utilização da pista de atletismo para sediar um evento automobilístico de drift em março. O presidente da CBAt, Wlamir Motta Campos, manifestou preocupação com a mudança de função da pista, afirmando que isso distancia seu propósito original.
Já a empresa responsável pela realização do evento, New Drift Participações LTDA, defendeu a multifuncionalidade do espaço e afirmou estar custeando a retirada do piso deteriorado.
“Diante disto fomos pegos de surpresa com os posicionamentos contra o evento, uma vez que em nossa visão estávamos ajudando na melhoria do espaço sem condições para receber eventos esportivos, sendo o Drift o primeiro esporte a de fato fazer parte da reforma necessária”, afirmou a empresa.
“Templo do atletismo”
O campeão olímpico Joaquim Cruz lamentou a destruição da pista e mencionou o custo elevado de sua restauração. “A base da pista de atletismo do Ibirapuera não foi construída para suportar eventos de corridas automobilísticas e terá um custo mais elevado para a sua restauração”, escreveu Cruz.
“Lamentamos ver mais um templo do atletismo brasileiro sendo transformado para outros fins, sem considerar sua importância histórica e estratégica para desenvolvimento da modalidade”, disse também por meio de nota a Comissão de Atletas da CBAt.