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    “Há uma falsa ideia de abundância de recursos naturais”, diz especialista

    Para Malu Ribeiro, jornalista e diretora da Fundação SOS Mata Atlântica, a proteção dos aquíferos e das águas subterrâneas é a medida mais eficaz para evitar a perda hídrica no Brasil - em detrimento a políticas de despoluição de rios, por exemplo

    Letícia Britoda CNN , São Paulo

    O bioma da Mata Atlântica, o mais devastado do Brasil desde o início da história do país, é atualmente o único a ter uma legislação específica para sua proteção. No entanto, o desmatamento ainda é uma ameaça – e compromete toda a cadeia de recursos naturais disponíveis para a vida e o desenvolvimento do planeta.

    “Há uma falsa ideia de abundância de que o Brasil tem muitos recursos naturais, e que isso seria infinito. E que para um modelo de desenvolvimento bastante ultrapassado, a floresta, em tese, atrapalha”, diz Malu Ribeiro, diretora da Fundação SOS Mata Atlântica. “Veja que hoje é o contrário do que a gente precisa fazer: o Brasil detém a maior biodiversidade do planeta, e pouco valoriza essa biodiversidade”.

    “E a água reflete diretamente a perda da floresta. Em uma emergência climática, a água é o recurso natural que mais espelha os impactos do clima, seja por seca ou enchentes”, argumenta.

    A entrevista com a diretora da Fundação SOS Mata Atlântica faz parte do episódio deste sábado (17) do CNN Sustentabilidade, cujo tema do programa foi a crise hídrica no Brasil. O CNN Sustentabilidade é apresentado pelo âncora Márcio Gomes e pelo analista de Clima e Meio Ambiente, Pedro Côrtes.

     

    Segundo um estudo do MapBiomas, nos últimos cinco anos, o Brasil vem perdendo expressivamente a capacidade hídrica – e ao mesmo tempo lida com a poluição desses mananciais cada vez mais escassos.

    “O que a gente pode fazer é devolver a floresta para os entornos das nascentes e para as chamadas áreas de ‘recarga dos aquíferos’, que são aquelas áreas extremamente importantes e que estão de certa forma desprotegidas pela legislação. São esses ecossistemas, as florestas, que devolvem essa água e que são as mantenedoras desse ciclo hidrológico”, continua Malu Ribeiro.

    “Ao queimarmos a Amazônia nós sofremos um impacto na região Sul. Todos os biomas estão interligados”, diz a diretora da Fundação SOS Mata Atlântica. “Quando você estraga um, o impacto vem no outro”, completa.

    CNN Sustentabilidade – Sábados, às 22h45, e domingos, às 18h45 (horário alternativo) na CNN Brasil.

    A jornalista e diretora da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro / CNN Brasil / Reprodução

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