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    Hospital em Maceió próximo à área de risco deverá ser evacuado devido a afundamento de terra

    Direção do Hospital Escola Portugal Ramalho e autoridades locais realizam reunião de emergência para planejar evacuação do local

    Ana Coelhoda CNNThayla Paivacolaboração para a CNN , em São Paulo e em Maceió

    Um hospital em Maceió, próximo a uma área com risco de afundamento de terra causado por uma das minas da Braskem, será evacuado nas próximas horas deste sábado (2).

    Uma reunião de emergência está ocorrendo entre a direção do Hospital Escola Portugal Ramalho e as autoridades de saúde para tratar da evacuação do local.

    Atualmente, há 120 pacientes psiquiátricos no local, e quatro pacientes com comorbidades já foram transferidos.

    À CNN, a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, responsável pela unidade médica, informou que está enfrentando dificuldades para encontrar um espaço apropriado para a transferência dos pacientes, devido à natureza psiquiátrica dos mesmos.

    Colapso previsto há 10 anos

    Na sexta-feira (1º), a Defesa Civil de Maceió divulgou nota sobre o risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica, o que causou alerta máximo de órgãos da prefeitura, do governo de Alagoas e do Serviço Geológico do Brasil.

    Os tremores de terra e o risco de colapso que colocaram Maceió em estado de emergência têm ligação com a atividade de extração de sal-gema, utilizado para produzir soda cáustica e policloreto de vinila (PVC), a mais de 1 km de profundidade.

    A extração foi interrompida pela Braskem há cinco anos, mas isso não impediu que a movimentação do solo continuasse. Estudiosos dizem alertar sobre riscos na área pelo menos desde 2010.

    Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) afirmam que apontam para riscos de afundamentos em Maceió há mais de uma década.

    “Um estudo publicado na revista científica Geophysical Journal International mostrou que a exploração do sal-gema pela Braskem estava provocando aumento do nível do lençol freático na região. Esse aumento de pressão poderia causar o afundamento do solo”, diz texto divulgado nesta semana no site da Ufal, citando publicação científica de 2010.

    “Em 2011, outro estudo, publicado na revista científica Engineering Geology, chegou à mesma conclusão. Os pesquisadores estimaram que o afundamento poderia atingir até 1,5 m em algumas áreas da cidade”, acrescenta o texto.

    Consequências

    O coronel Moisés Melo, coordenador da Defesa Civil de Alagoas, afirmou à CNN que a cratera que será aberta após o colapso da mina da Braskem em Maceió será preenchida pela água do Lago Mundaú.

    Segundo explicou o coordenador, o sismo foi detectado a cerca de 300 metros de profundidade, o que indica que a mina subiu em direção à superfície, podendo colapsar a qualquer momento.

    “Acreditamos que vai surgir uma cratera. Essa cratera será preenchida pela água da lagoa Mundaú. Não vai ser uma cratera no meio da cidade, não vai gerar terremoto, tsunami, nada disso. Essa cratera será na sua maioria submersa, preenchida de imediato pela água da lagoa.”
    Apesar da gravidade da situação, Melo ponderou que “pelo formato e a forma como ela [a mina] está se desenvolvendo, acreditamos que o dano não será tão grande quanto esperávamos”.

    (Com informações de Renata Souza, da CNN, em São Paulo)