Idosos são vítimas de violência doméstica durante isolamento social

Segundo relatório de 2019, os filhos aparecem em 65% dos casos como os responsáveis pelas agressões

Renan Fiuza, da CNN, em São Paulo
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Em tempos de isolamento social, os idosos aparecem entre as principais vítimas da violência doméstica. O número de agressões registrou aumento ao longo dos últimos períodos. Para se ter uma ideia, o disque 100, que é o serviço de denúncia da Secretária de Direitos Humanos, contabilizou, em 2019, quarenta e nove mil chamadas.

O número representa cerca de 30% do total das denúncias. Segundo o advogado Ariel de Castro, especialista em direitos humanos, o confinamento fez com que os maus tratos contra idosos no país desse um salto.

“Houve, sim, uma ampliação. Um acréscimo muito grande. Nós devemos vincular [o crescimento] ao distanciamento social. Muitos dos idosos estão confinados com os seus possíveis violadores”, afirmou.

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Os agressores, normalmente, estão mais próximos do que se imagina. 65% dos autores são os próprios filhos das vítimas. 9% são os netos; 5% genros; 4% sobrinhos; o restante são outras pessoas.

Na contramão da violência

Helen Franco, advogada, hoje cuida dos pais em casa. Ambos passam boa parte do dia deitados numa cama. A rotina da família mudou e os cuidados com a higiene em tempos de pandemia também. Mas nada que a filha não faça com muito amor e dedicação.

“Quando eles chegam as roupas são retiradas na porta de casa. O sapato mergulhado numa água com cândida.”

Todo cuidado, segundo ela, ainda é pouco pra quem fez muito pela família e agora merece uma atenção especial.

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