Isolamento em SP segue abaixo da meta e governo vê ameaça para sistema de saúde

Guilherme Venaglia
Transeunte usa máscara protetora em terminal de ônibus em São Paulo
Transeunte usa máscara protetora em terminal de ônibus em São Paulo  • Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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O governo de São Paulo informou que, de acordo com um sistema de monitoramento adotado no estado, o isolamento social segue consideravelmente abaixo do que é considerado ideal para controlar a disseminação do novo coronavírus.

De acordo com o Palácio dos Bandeirantes, o percentual de respeito ao isolamento neste sábado (11) foi de 55%, levemente abaixo dos 57% registrados na sexta-feira, feriado nacional. A adesão considerada ideal pelo infectologista David Uip, que coordena o combate ao coronavírus em São Paulo, é de 70%.

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Em nota, o governo do estado afirma que "se a taxa continuar baixa, o número de leitos disponíveis no sistema de saúde não será suficiente para atender a população".

Na última quinta-feira (9), o governador João Doria (PSDB) afirmou que, se o isolamento não subir para ao menos 60%, serão adotadas medidas mais rígidas para conter a circulação. Entre essas medidas, estão cogitadas até multas e possibilidade de prisão para quem descumprir a quarentena adotada em São Paulo.

De acordo com os dados do Ministério da Saúde, São Paulo tem 8.419 casos confirmados e 560 mortes relacionadas à COVID-19. O estado é um dos seis nos quais a situação é considerada emergencial, pelo registro de casos estar 50% acima da média nacional.

Sistema

Batizado de SIMI, sigla para sistema de monitoramento inteligente, o projeto é um acordo do estado com as operadoras Vivo, Claro, Oi e TIM. O sistema analisa dados dos aparelhos celulares para indicar tendências de deslocamento e medir a adesão proporcional à quarentena por região.

Segundo o governo paulista, as informações são analisadas em conjunto, "sem desrespeitar a privacidade de cada usuário".