Jornalista Gilberto Dimenstein morre aos 63 anos

O escritor e jornalista foi fundador do site Catraca Livre. Ele passava por tratamento para combater um câncer no pâncreas

Gilberto Dimenstein
Jornalista Gilberto Dimenstein, fundador do site Catraca Livre, em foto de arquivo  • Foto: Iara Morselli - 17.jun.2015/Estadão Conteúdo
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O escritor e jornalista Gilberto Dimenstein morreu nesta sexta-feira (29) aos 63 anos. Ele passava por tratamento para combater um câncer de pâncreas, descoberto em 2019. A morte foi confirmada pelo Catraca Livre, site que fundou em 2008. 

Dimenstein foi correspondente internacional, colunista da Folha de São Paulo e da rádio CBN. Também trabalhou no Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Última Hora, Visão e Veja.

A página do Catraca Livre publicou uma homenagem ao jornalista. "A luta contra o câncer levou o fundador da Catraca Livre, mas sua determinação em construir uma comunidade mais igualitária, saudável e gentil, continua nesta página".

No dia 16 de abril, em publicação no Catraca Livre, ele disse que abriu mão de 100% dos seus rendimentos para evitar demissão de funcionários. "Não é heroísmo. Consigo viver muito bem com minha aposentadoria. O que é difícil viver sem é da companhia de profissionais dedicados e competentes, alinhados com a visão do site de que nossa missão é fazer um mundo melhor", escreveu. 

Dimenstein foi um dos criadores da ANDI - Comunicação e Direitos, uma organização não-governamental  voltada para a promoção dos direitos da infância e da juventude, da inclusão social e do desenvolvimento sustentável junto à imprensa.

Paulistano e de origem judaica, foi filho de um pernambucano de origem polonesa e uma paraense. Autor de mais de 10 livros, publicou em 1994 "O Cidadão de Papel", que ganhou os Prêmios Jabuti e Esso de melhor livro de não ficção daquele ano.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), lamentou a morte do jornalista no Twitter e disse que "o jornalismo e a sociedade perdem um olhar humanista e solidário".  

O deputado Marcelo Freixo (PSOL) escreveu que Dimenstein "fará muita falta, principalmente num momento como esse, em que a democracia e a vida dos brasileiros estão sob grave ameaça". 

A jornalista Míriam Leitão disse que Dimenstein "revolucionou" a forma de fazer jornalismo e que a perda é "gigante" para a profissão.