Marília Mendonça: entenda erro dos pilotos que levou à queda do avião
Polícia Civil de Minas Gerais concluiu inquérito e responsabilizou piloto e copiloto por acidente aéreo em novembro de 2021
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O avião em que estava Marília Mendonça caiu em Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, no oeste de Minas Gerais • Divulgação/Polícia Militar de Minas Gerais
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No avião estavam Marília Mendonça e mais quatro pessoas: o piloto, o copiloto, um produtor e um assessor • Divulgação/Polícia Militar de Minas Gerais
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O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais recebeu o chamado por volta de 15h30, para a aeronave, que caiu em um curso d’água, próximo de um acesso da BR-474 • Reprodução/Facebook
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Corpo de Bombeiros trabalha no local do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Polícia Civil de Minas Gerais trabalha no local do acidente • Reprodução/Polícia Civil de Minas Gerais
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Corpo de Bombeiros trabalha no local do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Corpo de Bombeiros permanece trabalhando durante a noite no local do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Corpo de Bombeiros permanece trabalhando durante a noite no local do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Avião depois do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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A Polícia Civil de Minas Gerais apontou os pilotos do avião em que estava a cantora Marília Mendonça como os responsáveis pelo acidente, em novembro de 2021, em Caratinga.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (4), os policiais detalharam a conclusão do inquérito sobre a queda da aeronave e explicaram qual foi, segundo eles, o erro cometido pelo piloto e copiloto.
Segundo a Polícia Civil, as torres de transmissão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), concessionária de energia elétrica do estado, com as quais a aeronave colidiu e caiu, estavam fora da área de segurança do aeroporto e, portanto, não havia a obrigatoriedade de estarem sinalizadas.
No entanto, a existência delas foi apontada em dois documentos: a Carta Aeronáutica Mundial e a Carta Aeronáutica de Pilotagem, as quais, piloto e copiloto tiveram acesso e deveriam ter analisado os obstáculos nas proximidades do aeroporto.
Para os delegados, a tripulação não respeitou o procedimento operacional da aeronave e, no momento do pouso, houve um alongamento da chamada “perna do vento” – manobra feita em paralelo à pista de pouso, muitas vezes utilizada para dar mais conforto aos passageiros no momento do pouso.
Com uma velocidade acima da considerada ideal, eles acabaram saindo da área de segurança do aeroporto e colidindo com as torres de transmissão, o que ocasionou a queda da aeronave.
Para a investigação, era possível que a tripulação tivesse conhecimento das torres de transmissão por meio das cartas aeronáuticas. Por esse motivo, foi concluído que ambos, piloto e copiloto, foram negligentes e imprudentes, resultando em três homicídios culposos.
Como os agentes da ação (piloto e copiloto) também morreram na queda, há a chamada “extinção de punibilidade”. Neste caso, a polícia sugeriu ao Poder Judiciário o arquivamento do caso.
Durante a coletiva, os delegados responsáveis pelo caso afirmaram que após eliminar três linhas de investigação – falha mecânica, mau súbito e atentado – passaram a analisar a manobra realizada pela tripulação no momento do pouso no Aeroporto de Caratinga.
A possibilidade de uma falha mecânica foi descartada após a entrega do relatório elaborado pelo Centro de Investigação e Prevenção a Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em maio deste ano.
O documento apontou para inexistência de falha mecânica, mas possível “avaliação inadequada” por parte do piloto.
A hipótese de um possível atentado também foi descartada pela investigação.
O Ministério Público de Minas Gerais também havia sinalizado a possibilidade de crime ambiental, já que houve vazamento de combustível na cachoeira onde a aeronave caiu.
Segundo as investigações, o crime ambiental foi descartado após os laudos apresentados mostrarem ausência de poluição no curso do rio, mortandade de peixes, devastação de vegetação ou risco de vida.
Advogado da família do piloto culpa Cemig
Em nota enviada à CNN, o advogado Sergio Roberto Alonso, que representa a família do piloto Geraldo Martins de Medeiros, alegou que “as conclusões da polícia de Caratinga não têm fundamento nas provas do inquérito e são até injuriosas com a imagem do piloto e copiloto”.
“Este acidente ocorreu porque a Cemig instalou a rede de alta tensão na reta final do aeródromo de Caratinga, na altitude do tráfego padrão, que é de 1.000 pés, cujo aeródromo não tinha Carta Visual de Aproximação”, acrescentou.
“Tanto isso é verdade que: a Cemig, seguindo recomendação do Cenipa, sinalizou a linha em 1º de setembro de 2023; o Decea [Departamento de Controle do Espaço Aéreo] fez a Carta Aproximação Visual; o Decea elevou a altitude do tráfego padrão de 1000 pés para 1350 pés, uma vez que a altitude do tráfego padrão era a mesma da linha de transmissão”, continuou o advogado.
“Se tudo isto tivesse sido feito anteriormente, não teria ocorrido o acidente”, concluiu.
Procurada pela CNN, a Cemig informou que “as conclusões sobre o acidente e esclarecimentos técnicos sobre o caso cabem às autoridades competentes”.
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O avião em que estava a cantora Marília Mendonça caiu em Caratinga, no interior de Minas Gerais • VAN CAMPOS/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Ela e mais cinco pessoas que estavam a bordo morreram no acidente • VAN CAMPOS/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais recebeu a informação por volta das 15h30 • VAN CAMPOS/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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As equipes dos Bombeiros junto do Samu foram ao local • ANDRÉ CARDOSO/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
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A queda ocorreu em curdo d'água próximo a BR-474 • WILL DIAS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Cantora Marília Mendonça durante um show realizado na Praça da Estação, em Belo Horizonte, em 2019 • FLÁVIO TAVARES/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
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Marília era conhecida como a "rainha da sofrência" • Prefeitura de Caruaru