MST não descarta “novas ocupações de latifúndios” ao longo deste mês

As ocupações seriam parte do chamado “Abril Vermelho”; a maior parte dos atos deve ocorrer na próxima segunda-feira (17), Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária

Leonardo Ribbeiro, da CNN, em Brasília
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)  • Tarcísio Nascimento/MST/Arquivo
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não descarta “novas ocupações de latifúndios” ao longo deste mês, como parte das ações do chamado “Abril Vermelho”. A informação foi confirmada nesta terça-feira (11) pelo coordenador nacional do grupo, João Paulo Rodrigues, em entrevista coletiva em Brasília.

“Eventualmente poderemos ter ações nesse sentido. Não há como prever. O certo é que teremos marchas, mobilizações, anúncios em todos os estados, inclusive realizando denúncias de trabalho escravo”, disse.

O tom usado pelo coordenador foi mais ameno do adotado recentemente por outro dirigente do MST. Na sexta-feira (7), João Pedro Stédile divulgou um vídeo nos canais oficiais do MST afirmando as invasões são necessárias para “que a Constituição seja aplicada”.

Iniciativas semelhantes estão previstas para ocorrer em outros 90 países, segundo o movimento. No Brasil, a maior parte dos atos deve ocorrer na próxima segunda-feira (17), Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

Pelos cálculos do MST, pelo menos 60 mil famílias encontram-se em acampamentos temporários aguardando a liberação de terras.

“Nossa cobrança é para que o governo elabore um plano de reforma agrária, com quantitativo de famílias que serão assentadas ao longo dos próximos quatro anos”, explicou o coordenador.

O movimento pede também celeridade na nomeação dos superintendentes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em dez estados. A Secretaria-geral da Presidência da República, que acompanha o caso, não deu data para que isso ocorra.

Ocupações

Do início do ano até agora, o MST contabiliza 16 ocupações em todo o país. O episódio mais complexo envolveu a uma fazenda de plantação de eucalipto, no interior da Bahia.

Uma decisão judicial mandou desocupar a área. No ano passado, pelas contas do movimento, foram registradas 40 invasões.