No Rio de Janeiro, doações sustentam carnavalescos durante a pandemia
Liga das escolas de samba cariocas decidiu realizar desfiles de 2021 em julho, caso haja vacina
Dentre tantos setores afetados pandemia, as escolas de samba tiveram que interromper quase todas atividades e ainda não têm perspectiva do desfile em 2021. O prejuízo levou a demissões e incertezas. Os funcionários dos barracões se viram sem trabalho e dependendo de ações sociais para sobreviver. Para mitigar os efeitos, os envolvidos estão sobrevivendo com doações.
Os funcionários das Beija Flor, Nilópolis, e Acadêmicos do Salgueiro recebem uma cesta básica por mês para conseguirem se alimentar.
De acordo com o diretor de carnaval, Dudu Azevedo, a escola de samba de tenta ajudar os colaboradores mesmo sem arrecadamento desde agosto por conta das regras impostas pela Covid-19. “A escolha do samba enredo atrai muita gente para a quadra de agosto até outubro. Ano passado, tivemos mais de 6 mil pessoas durante a decisão final. Perdemos uma arrecadação impensável em 2020. Além dos shows, claro”, afirmou Azevedo.
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A reabertura em breve dos barracões das escolas de samba devem aliviar a situação financeira dos funcionários responsáveis pela confecção do carnaval. A retomada das atividades ficou mais próxima, após a decisão da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) de realizar os desfiles de carnaval em julho, caso haja vacina.
Já o carnavalesco Leandro Vieira, da Mangueira, criou uma vaquinha virtual para conseguir pagar os 60 artesões de sua equipe. Até o momento, ele conseguiu arrecadar R$ 8 mil. A meta é chegar a R$ 30 mil.
Antes das doações, Leandro Vieira usou o auxílio emergencial disponibilizado para manter o salário dos funcionários em dia. Com o fim do benefício em dezembro, o carnavalesco não teria como realizar os pagamentos.
A data para um possível carnaval ainda não foi definida no Rio. Cidades como São Paulo e Salvador têm trabalhado com a possibilidade da realização da festa em julho de 2021.