"Água de poço": MP denuncia maus-tratos contra presos na Bahia

Ministério Público age para coibir violações e exige transferência imediata de detentos e fornecimento de condições básicas na Delegacia de Cipó

Beto Souza, da CNN Brasil
No Brasil, 905.843 pessoas estão sendo mantidas privadas de liberdade pelo Sistema Penitenciário, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025.  • Wilson Dias/Agência Brasil
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O MPBA (Ministério Público do Estado da Bahia) ajuizou uma ação civil pública nesta terça-feira (4) exigindo que o Estado da Bahia pare de manter presos por mais de 24 horas na Delegacia de Cipó.

A medida busca a transferência imediata dos custodiados e o fornecimento diário de três refeições e água potável, após constatar a ausência de condições mínimas e indícios de maus-tratos para os detentos.

A ação, liderada pelo promotor de Justiça Tarcísio Logrado de Almeida, revela que os detentos em Cipó não recebem alimentação nem água do poder público.

A comida é providenciada por familiares, enquanto a água para consumo e uso diário é retirada por servidores de um poço artesiano, sem garantia de potabilidade.

O MPBA já havia oficiado a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) e o município de Cipó sobre a situação, que inclui a permanência média de 60 dias para os nove custodiados, mas não obteve retorno.

A precariedade das condições afeta não só os detentos, mas também compromete a segurança da unidade, desviando policiais civis de suas funções de investigação para o cuidado com a custódia.

A ação do MPBA visa, portanto, assegurar direitos fundamentais e o adequado funcionamento policial.