Oito pessoas são presas em operação contra comércio ilegal de armas
Três lojas de CACs foram fechadas, além da apreensão de diversas armas de calibre restrito e R$ 200 mil; ação ocorreu na Bahia e mais dois estados
Oito pessoas foram presas e 19 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Civil da Bahia, nesta quarta-feira (10), durante operação que investiga um esquema de venda clandestina de armas e munições no país.
Denominada Orion Scorpii, a ação recolheu R$ 200 mil em espécie, além de centenas de armas — incluindo fuzis e armamentos de calibre restrito — grande quantidade de munições e veículos usados pelo grupo investigado.
As ações ocorreram simultaneamente em sete municípios baianos — Vitória da Conquista, Guanambi, Palmas de Monte Alto, Brumado, Itapetinga, Jequié e Teixeira de Freitas — e também em Montes Claros e Itaipé, em Minas Gerais, e em Goiânia, onde uma das prisões foi realizada. No total, foram detidos quatro suspeitos em Vitória da Conquista, um em Guanambi, um em Itapetinga, um em Jequié e um na capital goiana.
Esquema usava lojas e CACs para encobrir comércio ilegal
Segundo a polícia, a operação é resultado de uma investigação, que envolveu cruzamento de dados e recursos tecnológicos, iniciada há cerca de um anos, após o flagrante de 7.850 munições transportadas de Goiânia para Guanambi e Tanque Novo.
O material levou os investigadores a identificar um esquema interestadual que comercializava armamentos e munições em larga escala de forma ilegal, mesclando atividades regulares de empresas autorizadas com práticas ilícitas.
Ainda de acordo com a apuração, lojas formalmente registradas e CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) eram usados para dar aparência de legalidade às transações e facilitar a circulação dos produtos. O grupo também atuava na venda irregular de armas de fogo, incluindo rifles, pistolas, revólveres, espingardas calibre 12 e fuzis.
Durante as buscas, três estabelecimentos foram fechados por suspeita de envolvimento no esquema: uma grande loja de caça e pesca em Goiânia e outras duas unidades localizadas em Vitória da Conquista e Guanambi.
Todo o material apreendido será submetido a perícia para rastrear a origem das armas, identificar possíveis conexões com crimes violentos e orientar novos desdobramentos da investigação.
A Orion Scorpii foi deflagrada pela Delegacia de Armas, Munições e Explosivos e coordenada pelo Draco, com apoio da Renorcrim, rede nacional do Ministério da Justiça voltada ao enfrentamento de organizações criminosas.