PE: Administradora do Aeroporto do Recife é autuada por vazamento químico

Moradores denunciaram o vazamento que afetou fauna local e corpo hídrico da região; CPRH avalia multa para a empresa

Gabriela Bento, colaboração para a CNN Brasil, no Recife
A CPRH confirmou o derramamento de material químico, aparentemente querosene de aviação, do Complexo Aeroportuário da cidade  • Divulgação/CPRH
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Após denúncias de moradores sobre um possível vazamento de combustível no Córrego da Malária, no bairro do Ipsep, zona sul do Recife, fiscais da CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente) confirmaram o derramamento de material químico, aparentemente querosene de aviação, do Complexo Aeroportuário da cidade.

Segundo o órgão, por causa do incidente, 47 cágados foram recolhidos: 35 morreram e 12 estão debilitados, recebendo tratamento no Cetras (Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres) Tangara, na zona norte da cidade. A população local também reclama de forte odor na região.

Nesta quinta-feira (6), a CPRH anunciou que vai autuar a Aena Brasil, administradora do Aeroporto Internacional do Recife, e a empresa responsável pelo “pool de abastecimento”, por contaminação do corpo hídrico e degradação da fauna.

Técnicos coletaram amostras da água em diferentes pontos do córrego para identificar a substância. Os resultados devem sair em até 15 dias.

“Outras medidas serão avaliadas, como aplicação de multa, após o resultado da análise da água bem como a contagem final dos animais resgatados, mortos e recuperados”, explicou, em nota, a Agência.

A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria Executiva de Controle Ambiental e Fiscalização, informou que também investiga o caso. Uma equipe esteve no local ainda no domingo (2) e, segundo o decreto municipal 30.324/2017, o despejo irregular de poluentes em cursos d’água pode gerar multa de R$ 200 mil a R$ 500 mil.

Em nota, a Aena Brasil esclareceu que a empresa está colaborando com os órgãos competentes e com a gestora do pool de abastecimento, que é a responsável pelo transporte, manuseio e armazenamento de combustível de aviação dentro do Aeroporto Internacional do Recife. Segundo a administradora, foram adotadas ações de contenção dentro e fora do sítio aeroportuário, com a utilização de mantas de absorção e sucção de material potencialmente contaminado.