MP aciona Justiça contra Gusttavo Lima após show sem intérprete de Libras

Ação Civil Pública cobra intérprete de Libras em futuras apresentações e pede indenização por dano moral coletivo

Bruno Araújo, colaboração para a CNN, no Recife
Gusttavo Lima na gravação do DVD "Embaixador" durante sua apresentação na Festa do Peão de Barretos, em 2018
Gusttavo Lima na gravação do DVD "Embaixador" durante sua apresentação na Festa do Peão de Barretos, em 2018  • Youtube/Reprodução
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O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) ajuizou uma Ação Civil Pública contra o cantor Gusttavo Lima, a empresa Four Even Eventos e Produções LTDA e um produtor do artista sertanejo por suposta violação do direito à acessibilidade comunicacional durante o evento "Embaixador in Teresina 2023", realizado na capital piauiense.

De acordo com o MP, o show não ofereceu intérprete de Libras para o público com deficiência auditiva, em descumprimento à Lei Municipal nº 5.920/2023, que determina a obrigatoriedade desse recurso em eventos culturais promovidos no município de Teresina.

A ação foi movida pelas 28ª e 33ª Promotorias de Justiça da Capital, que pedem que os responsáveis pelo evento adotem, em futuras apresentações na cidade, todas as medidas de acessibilidade previstas em lei, com destaque para a presença de intérpretes de Libras no palco.

Em caso de descumprimento, o MP requer a aplicação de multa no valor correspondente ao dobro do cachê recebido por Gusttavo Lima, a ser revertida ao Fundo Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Piauí (FUNEDE-PI).

Além da obrigação de cumprimento da legislação, o Ministério Público solicita ainda o pagamento de indenização por dano moral coletivo e social, também destinado ao FUNEDE-PI.

Durante a apuração do caso, foi proposta aos investigados a assinatura de um Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC). No entanto, segundo o MP, as propostas de compensação apresentadas foram consideradas genéricas e insuficientes.

O MP deu um novo prazo para apresentação de uma outra proposta. Diante da ausência de acordo, o MP decidiu pela judicialização do caso. A promotoria destaca que a medida busca garantir o cumprimento da legislação e a reparação de danos causados pela falta de inclusão no evento.

A CNN entrou em contato com a assessoria do cantor Gusttavo Lima e da empresa Four Even Eventos, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto.