Pantanal: Equipes dão início a monitoramento para avaliar impacto do fogo

Foram destruídos quase 2,7 mil hectares do território de Patrimônio Natural da Humanidade desde 27 de janeiro

Catarina Nestlehner, da CNN
Pantanal: Equipes dão início a monitoramento para avaliar impacto do fogo  • Instituto Homem Pantaneiro (IHP)
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Uma equipe do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), organização que atua na conservação do Pantanal, deu início, nesta quarta-feira (7), a um monitoramento na região da Serra do Amolar, no município de Corumbá (MS), para buscar indícios do impacto do fogo na fauna.

Um incêndio florestal ainda atinge a região com focos isolados desde o dia 27 de janeiro, quando um pequeno proprietário rural da região começou o fogo na tentativa de limpar o terreno. Segundo dados do Painel do Fogo, foram destruídos quase 2,7 mil hectares do território de Patrimônio Natural da Humanidade.

O biólogo Wener Hugo Moreno e o médico-veterinário Geovani Tonolli foram até a região para fazer uma análise exploratória e entender como o fogo atua. Para o trabalho serão usadas armadilhas fotográficas, drone, monitoramento em tempo real por meio do sistema Pantera, entre outras técnicas e equipamentos.

“Subimos para a região da Serra do Amolar, pra gente fazer uma análise exploratória [...] e entendermos como o fogo está afetando, nesse 2024, a fauna na região, como ela está se comportando, quais são as rotas de fuga podem estar usadas”, explica Wener Hugo Moreno.

A ação do biólogo e do médico-veterinário pretende acompanhar e identificar possíveis espécies que estão procurando locais mais seguros em decorrência dos incêndios que estão ocorrendo.

“A gente está com a equipe de brigadista, a Brigada Alto Pantanal, que fez uma primeira avaliação e identificou a situação da fauna. Nós trouxemos alguns equipamentos que podem auxiliar e complementar esse trabalho de monitoramento, e, se preciso, acionar apoio para fazer resgate”, detalha Geovani Tonolli.

Até o momento, são 800 espécies identificadas para a Rede do Amolar: 42 de abelhas, aproximadamente 82 de aranhas, 62 de borboletas, 120 de formigas, 420 de besouros, 24 de libélulas, 71 de percevejos e 40 espécies de vespas.

Veja as espécies já identificadas na região:

132 espécies de aves;

11 espécies ameaçadas segundo a lista do MMA 2022 e IUCN (mamíferos e aves);

14 espécies da herpetofauna registradas (jacaré, lagartos, sapos, perereca e etc.);

30 espécies de mamíferos identificadas;

Segundo o IHP, as espécies ameaçadas envolvem: onça-pintada, anta, queixada, tamanduá-bandeira, tatu-canastra, mutum-de-penacho, ariranha, gato mourisco.

O Instituto informou que ainda não há prazo definido para obter resultados do monitoramento, mas se espera que haverá indícios sendo identificados nos próximos dias.

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