Para reduzir fila de pedidos de refugiados, governo expande cadastro online

O Brasil concedeu menos vistos a refugiados, neste ano, por causa da pandemia. Vezenuelanos e haitianos encabeçam a lista na fila de espera

Basília Rodrigues, da CNN
Refugiados venezuelanos se preparam para deixar Roraima com destino a SP e MT.
Em Boa Vista, refugiados venezuelanos se preparam para deixar Roraima com destino a São Paulo e Cuiabá.  • Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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O Brasil naturalizou menos imigrantes e refugiados, neste ano, por causa da pandemia. De janeiro a setembro, o país aceitou naturalizar 2.096 imigrantes, enquanto 708 pedidos foram negados. Durante todo ano passado, com o auxílio de um mutirão, mais de 10 mil casos foram analisados, desses 7 mil 627 foram deferidos, de acordo com dados da Secretaria Nacional de Justiça, apurados pela CNN.

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Para reduzir a fila de pedidos, nesta semana houve a expansão do programa Naturalizar-se, em que os imigrantes se inscrevem pela internet e fazem outros contatos por telefone. A partir de novembro, os pedidos de naturalização deverão ser feitos exclusivamente por esta ferramenta online.

Com isso, estima-se que 6 mil e 500 processos possam ser avaliados por ano. O tempo de análise também seria reduzido de 500 para 5 dias. 

O estrangeiro acessa o site do ministério da Justiça, preenche os dados e encaminha para Polícia Federal, basicamente. "Imagine isso, em tempos de pandemia, ir a uma delegacia para dar entrada em um processo de naturalização. Com o Naturalizar-se, a pessoa não precisa ir fisicamente a uma delegacia da Polícia Federal", afirmou à CNN, o secretário Nacional de Justiça, Cláudio Castro Panoeiro.

O sistema está integrado com outras bases de dados do governo, como CPF, CEP, antecedentes criminais.

Nos últimos cinco anos, o Brasil conseguiu naturalizar 16 mil 848 estrangeiros.

Vezenuelanos e haitianos encabeçam a lista de refugiados no Brasil, na fila de espera por um visto para morar no país. E há, entre eles, aqueles que queiram se naturalizar brasileiros.

"A gente tem um passivo de 170 mil processos no Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). E tem trabalhado para reduzir esse passivo, que já foi de 230 mil", afirmou à coluna o secretário Claudio Castro Panoeiro.