PM acusado de matar lutador vira réu por homicídio triplamente qualificado
Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou que foi decretada prisão preventiva ao policial
O policial militar Henrique Otávio de Oliveira Velozo, acusado pela morte do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, tornou-se réu por homicídio triplamente qualificado após a Justiça aceitar denúncia do Ministério Público.
O PM teve prisão preventiva decretada, segundo confirmação do Tribunal de Justiça de São Paulo, nesta segunda-feira (5).
A CNN entrou em contato com a defesa do policial militar, que afirmou: “a denúncia é uma hipótese acusatória que destoa completamente do que foi produzido no inquérito policial e o que será desvelado na investigação judicial”.
“A conclusão do inquérito policial se deu de forma açodada, uma vez que sequer aguardou-se a produção do laudo da reprodução simulada dos fatos que, entre outras coisas, apresentou inúmeras contradições com os depoimentos das testemunhas”, acrescentou a nota da defesa do acusado.
O caso
Leandro Lo foi baleado na cabeça durante um show no Clube Sírio, em São Paulo, na madrugada de 7 de agosto.
De acordo com testemunhas, o lutador de jiu-jítsu estava com cinco amigos no clube, quando o policial, que também pratica artes marciais, se aproximou e começou a provocar o grupo, pegando as bebidas que estavam na mesa. Leandro reagiu e pediu que ele deixasse o local.
Segundo o advogado da família do lutador, Ivã Siqueira Júnior, durante a discussão, o lutador foi “peitado” pelo PM, por isso o imobilizou com técnicas de jiu-jítsu. Após se afastar, o policial sacou uma arma e atirou.
Ainda segundo o defensor, testemunhas relataram que o agressor teria chutado duas vezes a cabeça de Leandro, que já estava caído no chão, desacordado.
O atleta foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Arthur Saboya, no Jabaquara, na zona sul de São Paulo, mas não resistiu e teve a morte cerebral declarada ainda na manhã de domingo (7).
- 1 de 6
Octacampeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo, de 33 anos, morreu após ser baleado com um tiro na cabeça durante um show em São Paulo, no último domingo (7) • Reprodução/Instagram
- 2 de 6
Além dos oito campeonatos mundiais, Lo foi campeão nos torneios sul-americano, Copa Mundial e nos campeonatos pan-americano, brasileiro e europeu • Reprodução/Beatriz Lina/Instagram
- 3 de 6
A imprensa internacional, como BBC e Fox Sports, repercutiu a morte do lutador. A emissora pública australiana ABC declarou que “sua morte chocou a comunidade do mundo da luta” • Reprodução/Instagram
-
- 4 de 6
O atleta chegou a ser encaminhado para o Hospital Municipal Saboya, mas teve o quadro de morte cerebral confirmado • Reprodução/Beatriz Lina/Instagram
- 5 de 6
O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, que seria o responsável pelo disparo que matou o lutador, apresentou-se à Corregedoria da Polícia Militar • Reprodução/Instagram
- 6 de 6
Foi instaurado um inquérito interno para apuração administrativa da conduta do policial, assim como uma investigação de homicídio consumado • Reprodução/Instagram
-