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    Quem é Mayke Garbo, influenciador investigado pela PF por importação de smartphones

    Influencer ganhou seguidores ensinando a fazer importação de produtos sem recolhimento de impostos adequado

    Rafael Saldanhada CNN , em São Paulo

    O influenciador Mayke Garbo é investigado pela Polícia Federal por importação criminosa de smartphones. Segundo a PF, Mayke ensinava seus seguidores a fazer importação de produtos sem recolhimento adequado de impostos.

    Mayke é investigado pelos crimes de descaminho e falsidade ideológica e se diz especialista em importação dos celulares sem pagamento de impostos. Além dele, mais de 25 mil alunos do influencer também serão alvos de investigação pela Polícia Federal.

    A Operação Ifraud cumpriu oito mandados de busca e apreensão na capital paulista e em outras cinco cidades do estado. Ao todo, 25 fiscais da Receita Federal e 35 agentes da Polícia Federal participaram da ação.

    A investigação aponta que Garbo propagava atividades ilegais para milhares de seguidores em suas redes sociais. Ele possui 627 mil seguidores no Instagram e 250 mil no YouTube.

    Quem é Mayke Garbo

    Mayke tem quase 1 milhão de seguidores nas redes sociais, é casado há 8 anos e tem dois filhos. Em suas publicações, ele fornece diversos cursos gratuitos que ensinam a importar produtos diretamente dos Estados Unidos. Entre os itens estão relógios de luxo, tênis caros, iPhones, perfumes e roupas de marcas de alto padrão.

    Ele ainda faz publicações sobre os lucros de seus alunos a partir de seu curso de importação. Segundo os posts, as rendas mensais são de milhares de reais.

    Mayke Garbo foi faxineiro dos 13 aos 17 anos em uma loja de materiais de construção. Aos 21 anos, tornou-se agente penitenciário.

    De acordo com um post em suas redes, o ex-faxineiro havia lucrado mais de R$ 9 milhões com a venda de produtos importados até março deste ano.

    Operação “Ifraud”

    Segundo a PF, o influenciador ensinava seus alunos a importar os produtos dos Estados Unidos. Ele orientava seus clientes a realizarem transações com “sites parceiros” que auxiliariam na compra dos aparelhos, sem o pagamento de tributos.

    Além da importação criminosa, o suspeito fornecia os telefones importados ilegalmente diretamente a outros clientes. A polícia aponta que ele mantinha uma rede de cúmplices responsáveis pela importação ilícita e a distribuição dos smartphones.

    Auditores da Receita interceptaram duas remessas de encomendas dos celulares. Nos dois casos, os responsáveis não apresentaram documentos de origem legal dos aparelhos.

    A empresa identificada como distribuidora das importações ilegais teve uma movimentação financeira de R$ 45 milhões e adquiriu R$ 1,8 milhão em criptomoedas, em 2023.

    Nos primeiros 100 dias de 2024, a companhia comercializou mais de 3 mil smartphones sem qualquer nota fiscal de entrada da mercadoria no país. O valor das vendas é de mais de R$ 14 milhões.

    A Receita Federal estima que o esquema criminoso causou um prejuízo de cerca de R$ 50 milhões aos cofres públicos.

    Veja na ilustração abaixo como funciona o esquema investigado.

    Esquema investigado na operação “Ifraud” • Receita Federal

    Um dos mandados de busca e apreensão é cumprido em Maceió, capital do Alagoas. O alvo é a empresa que realizava a importação dos celulares.

    O influencer ostentava carros e mansões de luxo na internet, provenientes dos lucros das atividades ilícitas. Por outro lado, seus alunos tiveram suas encomendas apreendidas pela Receita Federal.

    A operação ainda visa identificar outros participantes no esquema fraudulento. Os envolvidos podem responder por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, descaminho, associação criminosa, falsidade ideológica e outros crimes.

    A CNN procurou contato com o influenciador e aguarda um retorno.

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