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    Sete das 10 cidades mais competitivas do país estão no Sudeste, mostra ranking

    Outras regiões só aparecem a partir da 37ª posição da 4ª edição do Ranking de Competitividade dos Municípios do Centro de Liderança Pública (CLP)

    Ana Patrícia AlvesGabriela Bernardesda CNN* , em Brasília

    As cidades mais competitivas do país estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste, segundo a 4ª edição do Ranking de Competitividade dos Municípios do Centro de Liderança Pública (CLP), obtido com exclusividade pela CNN nesta quarta-feira (23).

    Das 10 cidades mais competitivas do país, sete estão na região Sudeste. As outras três também concentram-se na região Sul. Liderando o índice está a capital de Santa Catarina, Florianópolis.

    É a primeira vez que uma capital comanda o ranking. O diretor do CLP, Tadeu Barros, explica que as capitais possuem uma concentração e “distorção” de população maior do que os outros municípios, e, por isso, nem sempre se destacam nos índices de competitividade.

    “É um tecido social mais complexo, então você tem divergências, distorções e problemas mais complexos. Eu brinco que se você pegar uma capital e uma cidade de interior, a cidade de interior é uma startup, que tem uma capacidade de testar, rodar, ver o que tá dando certo, se funciona ou não. Uma capital já é uma multinacional, fazendo essa mesma analogia, então as coisas às vezes são mais lentas”, avalia Barros.

    “Então, por isso a dificuldade. Por um lado, a capital tem uma capacidade de trazer investimento, trazer emprego, trazer renda. Mas traz violência, traz uma desorganização social, traz também muita gente atrás de emprego, traz miséria, traz pobreza. Então assim, o viver com esses problemas é muito maior numa capital do que numa cidade do interior”, concluiu Barros.

    São Paulo e Barueri (SP) aparecem na sequência do ranking. Barros explica que qualificar uma cidade como competitiva representa a qualidade de vida dos moradores.

    “Quando a gente traz essa lógica, esse conceito de competitividade, a gente faz uma migração do conceito de competitividade do setor privado para o setor público. E como que a gente interpreta essa palavra para o setor público? Enxergamos como bem-estar social, como qualidade de vida”, cita.

    “Então, um município competitivo é aquele que entrega serviços públicos. É aquele que atende o cidadão da melhor forma possível, em que o cidadão tenha a melhor qualidade de vida possível”, prossegue.

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    Baixa representatividade de outras regiões

    Para além do eixo Sul-Sudeste, municípios de outras regiões do Brasil aparecem na lista a partir da 37ª posição, com Recife.

    A capital pernambucana é a única cidade do Nordeste entre as 100 mais competitivas do Brasil.

    Segundo o diretor do CLP, a baixa representatividade de outras regiões no ranking, principalmente do Nordeste e Norte, se deve ao histórico de concentração de investimentos nas regiões mais ao sul.

    “Sob o ponto de vista, a concentração principalmente econômica-financeira, ela dá uma herança da região Centro-Sul, então você acaba vendo São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba… A região Sul, já tem também, sob o ponto de vista de herança, uma capacidade de planejamento, de organização”, afirma Tadeu Barros.

    Barros enfatiza, no entanto, que estados do Nordeste e Norte vêm, ao longo dos anos, buscando meios de desenvolvimento.

    “E o Nordeste vem buscando muito como atrair investimento, como buscar a partir do turismo, só que não é algo que vire a chave de uma hora para outra. É algo extremamente doloroso, é difícil. A gente vê uma melhoria grande, aos poucos, nessas cidades do Nordeste. Recife é uma delas, que a gente vê aí aparecendo”, complementa.

    “Mas, eu vejo muito como um legado histórico, de como que o Brasil se industrializou, como toda a parte de mercado financeiro se concentra muito na região Centro-Sul, e isso traz emprego, isso traz renda e isso gera um ciclo mais fácil e palatável para a região Centro-Sul”, finaliza.

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    Sobre o ranking

    A pesquisa avaliou 410 cidades brasileiras — a exata quantidade de municípios com população acima de 80 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atualizados em 2022.

    Para o levantamento, o CLP utilizou 65 indicadores de áreas que são consideradas fundamentais para a competitividade municipal. São analisados, por exemplo, a taxa de matrícula no ensino básico, o tempo para abertura de empresa e a velocidade de desmatamento ilegal.

    Esses dados foram retirados de cerca de 35 bancos de dados públicos. Para não haver desigualdade nas análises, todos os índices escolhidos costumam ser apresentados ou contam com a obrigatoriedade de divulgação de pelas prefeituras.

    Os indicadores são distribuídos em 13 pilares fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública: Sustentabilidade Fiscal, Funcionamento da Máquina Pública, Acesso à Saúde, Qualidade da Saúde, Acesso à Educação, Qualidade da Educação, Segurança, Saneamento, Meio Ambiente, Inserção Econômica, Inovação e Dinamismo Econômico, Capital Humano e Telecomunicações.

    *Sob supervisão de Brenda Silva

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