Castro à CNN: "Operação no Rio foi extremamente planejada e estudada"

Governador do Rio de Janeiro defendeu ação que deixou até o momento 64 mortes, sendo 60 de criminosos e 4 de policiais

Cleber Rodrigues, da CNN Brasil, Rio de Janeiro
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Em entrevista exclusiva à CNN Brasil, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que a megaoperação realizada no Rio de Janeiro foi planejada com pelo menos 60 dias de antecedência.

Até o último balanço, 64 pessoas morreram, sendo 60 de criminosos e 4 de policiais. Foram apreendidos 75 fuzis. 81 bandidos foram presos.

"Foi uma operação planejada, que começa com cumprimento de mandado judicial, investigação de um ano e um planejamento de 60 dias, que o Ministério Público participou. Não é uma operação de alguém que acordou e resolveu fazer uma grande operação", afirmou o governador.

Sobre a letalidade, o governador disse lamentar: "Meu coração chora junto com os das famílias, sobretudo dos policiais abatidos hoje. São 81 presos, foram 60 criminosos neutralizados, 75 fuzis apreendidos e uma quantidade enorme de drogas, que só no fim da operação poderemos dizer a quantidade."

O número de mortes é mais que o dobro da então mais letal operação policial do Rio, que ocorreu em maio de 2021, com 28 mortos no Jacarezinho.

  • Operação no Alemão e na Penha - 64 mortos - 28/10/2025
  • Operação no Jacarezinho - 28 mortos - 05/2021
  • Operação na Penha - 23 mortos - 05/2022
  • Operação no Alemão - 19 mortos - 06/2007
  • Operação no Alemão - 17 mortos - 07/2022

A operação

28 de outubro de 2025 ficará marcado na história do Rio de Janeiro como o dia da operação policial mais letal já registrada no Estado, com 64 mortos, sendo 60 de suspeitos de crimes e 4 de policiais (dois policiais civis e dois policiais militares do BOPE).

Segundo o governo do Rio de Janeiro, a ação foi iniciada com o objetivo de combater a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e prender lideranças criminosas que atuam no Rio e em outros estados – os alvos se concentram no Alemão e na Penha.

Desde as primeiras horas da manhã, diversas cenas de “guerra” foram registradas pela cidade.

Drones policiais registraram um grupo de criminosos fortemente armados, vestindo roupas camufladas e portando fuzis, em fuga por trilhas clandestinas na mata da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha.

Pelo menos 2500 agentes das Polícias Civil e Militar foram para as ruas. Para a realização da megaoperação, o suporte logístico e tecnológico incluiu drones, dois helicópteros, 32 blindados e 12 veículos de demolição.

Dados da operação

  • 64 mortos, dos quais 60 criminosos e 4 policiais
  • 81 presos
  • 75 fuzis apreendidos