Foragido de operação no Rio ostentava viagens à Europa e joias de ouro
Rafael da Silva Titara, o “Galo da Penha”, foi alvo nesta sexta-feira (12) da Operação Trunfo Final, ofensiva da Polícia Civil contra o núcleo financeiro do Comando Vermelho

A PCERJ (Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro) procura pelo traficante Rafael da Silva Titara, conhecido como “Galo da Penha”, acusado de ser um dos líderes do CV (Comando Vermelho) na comunidade Az de Ouro, em Anchieta, na zona norte da capital.
De acordo com as investigações, Galo coordenava os núcleos financeiro, de roubos e de guerra da facção. Ainda segundo a polícia, ele era responsável por ataques a moradores. Em um dos episódios, um homem foi torturado e teve o corpo esquartejado por ser considerado um possível informante.
Apesar da atuação criminosa, até pouco tempo o traficante passava despercebido pelos órgãos de fiscalização. Em 2025, Galo viajou para a França, na Europa, e ostentava joias de ouro, algumas delas trazendo o nome da comunidade Az de Ouro e o próprio apelido.
“O Rafael da Silva Titaro, conhecido como Galo, vinha passando incólume até então, sem nenhum mandado de prisão. Isso permitiu, inclusive, que ele realizasse uma viagem para Paris, em junho deste ano. Nós já vínhamos acompanhando, justamente por não haver ainda nenhum mandado de prisão”, explicou Thiago Neves, titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF).
Em uma operação realizada no início da semana, a PCERJ apreendeu um fuzil que fazia referência à comunidade Az de Ouro e ao próprio Galo.
Operação Trunfo Final
Na manhã desta sexta-feira (12), a Polícia Civil deflagrou uma operação voltada ao núcleo armado, logístico e financeiro do Comando Vermelho na comunidade Az de Ouro, em Anchieta, zona norte da capital. A ofensiva chamada Operação Trunfo Final é resultado de quase um ano de investigação conduzida pela DRF (Delegacia de Roubos e Furtos) e pela 14ª DP (Leblon). Até o momento, 13 pessoas foram presas.
Segundo a corporação, o trabalho investigativo permitiu identificar 36 suspeitos apontados como integrantes da estrutura criminosa que atuava na região, entre eles membros da chamada Tropa do Cesar. De acordo com os agentes, o grupo exercia funções relacionadas ao porte de armas, controle territorial e organização de ações destinadas a manter a presença da facção na área.
A operação conta com apoio do DGPE (Departamento-Geral de Polícia Especializada) e do DGPC (Departamento-Geral de Polícia da Capital). No total, a polícia busca cumprir 108 mandados judiciais, sendo 36 de prisão preventiva e 72 de busca e apreensão.
As diligências acontecem em Anchieta e também em Nilópolis e Mesquita, na Baixada Fluminense.
As apurações apontaram a existência de um braço armado da facção instalado na comunidade e detalharam a atuação de líderes operacionais, gerentes do tráfico, responsáveis pela distribuição de armamento e integrantes ligados à movimentação financeira.
Segundo as investigações, o núcleo econômico realizava transferências e outras operações destinadas a sustentar atividades ilícitas e abastecer o arsenal utilizado pelo bando.
O nome da operação faz referência ao ás de ouros, carta associada a poder e domínio. Segundo os investigadores, o símbolo representa a forma como o grupo se enxergava na região. A ofensiva busca reduzir a capacidade de articulação e financiamento da organização criminosa em Anchieta e avançar no enfraquecimento de sua atuação local.
“As apreensões realizadas hoje, nos endereços dos alvos, trazem material de trabalho para a Polícia Civil, que tem como função principal a investigação. Isso abre uma nova fase no combate ao crime organizado, que é justamente a etapa de analisar essas apreensões, os dados e as informações decorrentes do material recolhido nos endereços dos alvos”, disse a delegada Thaianne Moraes, titular da 14ª DP (Leblon).


