Roubos de veículos elétricos no RJ avançam mais rápido que média nacional

Estado registra aumento expressivo em crimes contra carros eletrificados, enquanto país tem queda no índice

Camille Couto, da CNN Brasil, no Rio de Janeiro
Carro elétrico carregando
Carro elétrico carregando bateria  • Shutterstock/AutoPapo
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O Rio de Janeiro vive uma situação diferente do restante do país quando o assunto é roubo e furto de carros elétricos. Enquanto o Brasil registrou queda nesses crimes entre 2023 e 2024, o estado segue em sentido contrário, com aumento bem acima da média nacional. Os dados são da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) e da Federação Nacional de FenSeg (Seguros Gerais).

No último ano, a frota de veículos elétricos e híbridos plug-in no Rio cresceu 8%. Mesmo assim, os roubos e furtos desse tipo de carro subiram 30%. De janeiro a outubro de 2025, já são 675 ocorrências, número que ultrapassa todo o total de 2023.

Hoje, o país tem cerca de 1,2 milhão de carros eletrificados. No Rio circulam aproximadamente 108 mil, o que representa 9% da frota nacional. Em 2024, o estado registrou mais de 48 mil roubos e furtos de veículos de todos os tipos, alta de 24% em relação ao ano anterior. Somente entre os eletrificados, foram 831 casos, mantendo o ritmo de crescimento acelerado.

A comparação com o cenário nacional mostra o contraste: enquanto o Rio teve aumento de 30% nos crimes envolvendo elétricos, o Brasil registrou queda de 10%.

Para Bernardo Câmara, vice-presidente do SindSeg RJ/ES (Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro e do Espírito Santo), o estado foge ao padrão nacional. Ele afirma que o risco dos eletrificados costuma ser menor no restante do país, mas o comportamento no Rio segue outra lógica.

“Existe um interesse diferente da criminalidade por esses veículos aqui no Rio de Janeiro. Ao contrário da média nacional, a frequência de roubos de veículos eletrificados no Rio de Janeiro é bem superior à frequência dos veículos à combustão. Não é preciso combustível para abastecer, o que os permite transitar com esses veículos sem sair das comunidades em que atuam”, acrescentou Bernardo Câmara.