Vídeo: explosão e incêndio deixam 32 vítimas em plataforma de petróleo

Sindicato afirma que o acidente é resultado da falta de investimento da Petrobras; a CNN aguarda retorno da estatal

Camille Couto, colaboração para a CNN, no Rio de Janeiro
Pelo menos 32 trabalhadores ficaram feridos após explosão em plataforma de petróleo da Petrobras no Rio de Janeiro  • Reprodução/Redes sociais
Compartilhar matéria

Imagens mostram uma densa fumaça escura saindo da plataforma PCH-1, da Petrobras, localizada na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, após a explosão da plataforma de petróleo que deixou pelo menos 32 trabalhadores feridos.

O acidente ocorreu por volta das 7h25 da manhã de segunda-feira (21), 14 dos feridos foram hospitalizados por queimaduras e os demais por inalação de fumaça. O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) informou que acompanha a situação. Veja vídeo:

Na manhã desta terça-feira (22), o coordenador geral da entidade, Sérgio Borges, atualizou o estado de saúde dos feridos e responsabilizou os desinvestimentos recentes da Petrobras pelo acidente, afirmando que o desmonte da estatal tem gerado riscos crescentes à segurança dos trabalhadores.

De acordo com o sindicato, os atendimentos médicos foram realizados em hospitais de Campos dos Goytacazes e de Macaé. A assistente social Daniele Araújo e a diretora sindical Bárbara Bezerra estiveram nas unidades hospitalares de Macaé, enquanto Borges acompanhou os feridos nos hospitais Dr. Beda e da Unimed em Campos.

Ainda segundo o Sindpetro-NF, nesta terça-feira (22), foi informado que não há mais petroleiros internados em Campos dos Goytacazes. No entanto, dez trabalhadores seguem hospitalizados em Macaé, todos no Hospital da Unimed, sendo quatro deles na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Mesmo com a gravidade das lesões em alguns casos, os pacientes estão conscientes e em contato com familiares e equipe médica. Um deles, no entanto, segue em estado grave.

A diretora Bárbara Bezerra foi indicada pelo sindicato para compor a comissão de investigação do acidente. A Petrobras, por sua vez, deve concluir ainda hoje o desembarque dos trabalhadores não essenciais à habitabilidade e segurança da unidade, que teve as operações suspensas.

O sindicato afirmou que a situação na plataforma de Cherne 1 ainda é delicada. A explosão comprometeu os sistemas de comunicação da unidade e também danificou cabos que atendem outras plataformas próximas, resultando em falhas na comunicação em toda a região.

Em nota, a Petrobras informou que instaurou uma comissão para apurar as causas do acidente. A empresa afirmou também, que os sistemas de emergência funcionaram de acordo com o previsto e que a PCH-1 não produz petróleo desde 2020.

Confira a nota da Petrobras:

A Petrobras informa que, em relação ao incêndio ocorrido ontem (21/04), na plataforma PCH-1 (Cherne 1), 8 trabalhadores permanecem internados com quadro de saúde estável, sem gravidade. Os demais já tiveram alta.

O sistema de detecção de fogo e gás funcionou adequadamente com o acionamento das válvulas de bloqueio do gás em menos de um minuto.

O sistema de dilúvio funcionou e a brigada de incêndio foi acionada, debelando os focos de incêndio localizados. Esta unidade não faz escoamento de gás.

O gás que chega em PCH1 é apenas para geração de energia elétrica que, no momento, está sendo suprida por motogeradores a diesel, garantindo a segurança e a habitabilidade da unidade.

A PCH-1, localizada na Bacia de Campos, a cerca de 130 km da costa de Macaé, no Rio de Janeiro, não produz petróleo desde 2020. A unidade contava com 177 pessoas a bordo que atuavam na manutenção da integridade das instalações e habitabilidade.