Bebidas adulteradas com metanol: celulares de suspeitos são periciados

Análises buscam identificar a origem do metanol e possíveis conexões entre os oito investigados no esquema de bebidas adulteradas em São Bernardo do Campo

Bruna Lopes, da CNN Brasil*, em São Paulo
Peritos detectaram a presença de metanol em oito produtos da fábrica  • Divulgação/SSP-SP
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Os celulares de oito suspeitos de adulteração de bebidas passarão por análise da Policia Civil, por meio da DIICMA (Delegacia de Investigações sobre Crimes Contra o Meio Ambiente) de São Bernardo do Campo.

A investigação faz parte da operação contra o esquema de bebidas alcoólicas contaminadas com metanol em São Paulo.

Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirmou que os depoimentos dos suspeitos e os laudos periciais do material apreendido — incluindo celulares — serão minuciosamente analisados pelas autoridades para o total esclarecimento dos fatos, especialmente quanto ao envolvimento dos investigados com os produtos apreendidos.

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Na última sexta-feira (10), a Polícia Civil de SP fechou uma fábrica que distribuía bebidas adulteradas a outros estabelecimentos comerciais em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Segundo a instituição, os policiais chegaram ao local depois de investigarem a morte da primeira vítima por intoxicação com metanol. A SSP-SP informou que a ação tinha o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão em estabelecimentos relacionados à venda de bebidas alcoólicas adulteradas.

Ao todo, oito suspeitos foram levados para a delegacia para prestar esclarecimentos. São esses mesmos índividuos que terão seus celulares analisados pela Policia.

Metanol ligado às mortes pode ter sido obtido em um mesmo posto

A Polícia Civil de São Paulo acredita que o metanol usado em bebidas adulteradas — e que causaram cinco mortes no estadopode ter sido adquirido em um único posto de gasolina.

Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (10), o secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite afirmou que os adulteradores podem ter comprado o metanol pensando se tratar de etanol para adulterar as bebidas.

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A polícia chegou a essa conclusão após fechar, na manhã dessa sexta, uma fábrica clandestina em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, de onde teria saído a bebida adulterada que causou a primeira morte por intoxicação no estado.

“Nossa suspeita é de que esses casos que geraram lesões gravíssimas e mortes, que eles tenham adquirido metanol do mesmo posto. Infelizmente, a adulteração acontece há décadas, mas nessa concentração é muito alta", completou.

*Sob supervisão de AR.