Bebidas batizadas com metanol: mais de 50 pessoas foram presas em São Paulo

Fiscalização já interditou 15 estabelecimentos; apreensões de garrafas, vasilhames e insumos usados na falsificação ultrapassa a marca de 100 mil itens

Alan Cardoso, da CNN Brasil*, São Paulo
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Ao todo, já foram presas 51 pessoas por algum tipo de envolvimento nos casos de bebidas batizadas com metanol em São Paulo, desde o dia 29 de setembro, início da operação.

De acordo com balanço do governo estadual, mais de 21,4 mil garrafas e mais de 121,8 mil vasilhames vazios foram apreendidos. Também foram apreendidos mais de 105,2 mil insumos e 480 mil rótulos.

As fiscalizações já interditaram 15 estabelecimentos de forma cautelar, pelas equipes da Vigilância Sanitária Estadual, em parceria com as vigilâncias municipais. Mais de 40 estabelecimentos foram vistoriados.

As interdições podem ocorrer por diversos motivos, incluindo irregularidades fiscais e sanitárias dos estabelecimentos. No fim de semana, o Procon-SP realizou visitas de orientações em mais de mil bares e restaurantes de todo o estado.

Metanol ligado às mortes pode ter sido obtido em um mesmo posto

A Polícia Civil de São Paulo acredita que o metanol usado em bebidas adulteradas — e que causaram cinco mortes no estado — pode ter sido adquirido em um único posto de gasolina.

Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (10), o secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite afirmou que os adulteradores podem ter comprado o metanol pensando se tratar de etanol para adulterar as bebidas.

Metanol: fábrica fechada em SP usava etanol de posto para adulterar bebidas

A polícia chegou a essa conclusão após fechar, na manhã dessa sexta, uma fábrica clandestina em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, de onde teria saído a bebida adulterada que causou a primeira morte por intoxicação no estado.

“Nossa suspeita é de que esses casos que geraram lesões gravíssimas e mortes, que eles tenham adquirido metanol do mesmo posto. Infelizmente, a adulteração acontece há décadas, mas nessa concentração é muito alta", completou.

*Sob supervisão de AR.