Carrapato-estrela: Campinas tem duas mortes por febre maculosa
Secretaria de Saúde do município alerta para cuidado em áreas de risco de transmissão; casos registrados são os primeiros de 2025

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou, nessa segunda-feira (7), os dois primeiros casos de morte por febre maculosa, em 2025. As vítimas são um homem, de 63, e uma mulher, de 47, infectada fora do município.
Em 2024 foram registrados oito ocorrências, todas com transmissão em Campinas, e uma morte. A infecção da doença se dá pela picada do carrapato-estrela, contagiado pela bactéria Rickettsia rickettsii.
O início de julho até o mês de novembro são marcados por um período propenso à transmissão, devido a baixa umidade relativa do ar. Há maior predomínio das fases jovens do carrapato-estrela no ambiente durante esta condição climática.
Na fase jovem, o carrapato é conhecido como “micuim” (larvas) e “vermelhinho” (ninfas), e pode parasitar qualquer animal, inclusive o ser humano, que frequente áreas com vegetação, especialmente onde há cavalos, capivaras e outros animais silvestres.
Os sintomas surgem de dois a 14 dias após a picada do aracnídeo e podem ser confundidos com outras doenças, como dengue, leptospirose e gripe. São eles: febre, dor de cabeça e dor no corpo, apresentando piora progressiva.
A Secretaria de Saúde do município divulgou dicas para evitar o carrapato. Veja abaixo:
- Evitar caminhar, sentar e deitar na grama e nos locais com acúmulo de folhas secas caídas
- Evitar se aproximar de rios, lagos, lagoas e dos animais presentes no local
- Fazer piquenique, comemoração, ensaio fotográfico e atividade física em áreas pavimentadas
- Usar roupas claras e observar o corpo
Em caso de carrapato na pele, retirar com cuidado, sem esmagar, de preferência utilizando uma pinça, e após, lavar o local com água e sabão. Já em casa, tomar um banho quente e usar bucha vegetal fazendo movimentos circulares.
Ações da Prefeitura de Campinas
A Prefeitura iniciou em setembro de 2024 um trabalho de manejo para controle reprodutivo das capivaras que vivem livremente nos parques públicos de Campinas. A iniciativa já esterilizou quase 200 animais que vivem na Lagoa do Taquaral, e em junho deste ano a Administração iniciou a medida envolvendo os animais que estão no Lago do Café.
Serão esterilizados os seguintes locais: Parque das Águas, Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, Parque Hermógenes de Freitas Leitão, Parque Linear Capivari e Parque Linear Ribeirão das Pedras. O projeto é coordenado pela Secretaria do Clima, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Em relação aos casos de transmissão, a Secretaria de Saúde reforçou a sinalização com instalação de placas de alerta em locais de risco de infecção. Também houve um trabalho de ação educativa com orientações para a população que reside em imóveis próximos das áreas de transmissão no distrito de Sousas.
Além disso, entre o início de 2023 e o primeiro semestre deste ano foram realizadas 266 ações, sendo 66 em 2025. A lista reúne palestras, oficinas, visitas a imóveis para orientações aos moradores, capacitações de profissionais e exposições.
*Sob supervisão de AR.