Caso Vitória: Deputado pede para Tarcísio que investigação seja reaberta

Parlamentar pediu a transferência imediata do inquérito policial da Delegacia de Cajamar para o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa)

Beto Souza, da CNN, Carolina Figueiredo, da CNN Brasil, em São Paulo
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A morte da jovem Vitória Regina, de 17 anos, voltou a pauta do judiciário paulista, nesta quinta-feira (9), quando o Deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania-SP) solicitou ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), a transferência imediata do inquérito policial da Delegacia de Cajamar para o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) da capital, buscando a reabertura das investigações devido a denúncias de falta de transparência na conclusão do caso.

Em comunicado enviado à CNN, o deputado reforçou que diversas denúncias recebidas por seu gabinete, contam sobre desvios no curso das investigações.

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A premissa é a mesma defendida por advogados do único suspeito e acusado pelo crime, Maicol dos Santos, que contesta sua confissão, alegando coerção. Outro ponto destacado por parte da defesa, seria a presença de material genético de uma terceira pessoa na cena do crime, levantando dúvidas sobre a conclusão da investigação inicial.

A reabertura das investigações do Inquérito Policial que tramita na Delegacia de Cajamar, foi formalmente solicitada pelo deputado, por meio de ofícios a Tarcísio de Freitas, governador do Estado de São Paulo; Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo; Artur Dian, delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo; e ao DHPP.

Acusado escreve carta

A carta escrita por Maicol Antonio Sales dos Santos, anexada ao processo dias antes do depoimento à justiça, nega categoricamente sua participação na morte de Vitória e detalha a coação e as ameaças que teriam resultado em uma falsa confissão.

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Em trechos da carta que Maicol utiliza para negar o crime e acusar farsas/coações no processo, ele diz que não teve qualquer participação nos fatos.

"Deixei claro que não havia confessado, bem como qualquer intenção para tal", afirma o suspeito no documento.

Maicol descreve em detalhes como ele teria sido coagido a confessar e como a polícia teria fabricado uma narrativa para ser repetida. A defesa de Maicol, conforme apurado pela CNN, também alega que a confissão foi sob coação.

"Recebi a visita (...) com diversas ameaças, contra mim e meus familiares, onde permaneci calado. Nesse momento, o investigador chefe disse que então me colocariam para repetir sobre o que eles queriam", reforça.

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Anteriormente, em junho deste ano, Maicol afirmou que autoridades prometeram aposentadoria para sua mãe e um vale aluguel em troca da confissão.

A CNN entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para um posicionamento sobre o caso. Veja nota completa.

A Polícia Civil de Cajamar concluiu, em abril, o referido inquérito policial após reunir um sólido conjunto probatório que comprova a dinâmica do crime. O documento foi relatado ao Poder Judiciário, que acolheu integralmente a denúncia contra o autor. Todo trabalho de polícia judiciária foi conduzido com absoluto rigor técnico e transparência, garantindo o pleno esclarecimento dos fatos.