Ex-delegado executado em SP: polícia faz buscas em casa usada por suspeitos
Imóvel na Praia Grande seria do irmão de um policial militar da ativa; presa na investigação buscou fuzil no local
Agentes do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e da Corregedoria da Polícia Militar realizam, na manhã desta sexta-feira (19), buscas em uma casa no bairro Jardim Imperador, em Praia Grande, que teria sido usada pelos assassinos do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes.
O imóvel, que é alugado para temporadas, seria do irmão de um policial militar da ativa. Foi nesta casa que a suspeita presa por envolvimento no crime teria buscado o fuzil utilizado na execução. A informação foi publicada inicialmente pelo jornalista Josmar Jozino, do UOL, e confirmada pela CNN.
Os agentes também cumprem mandados de busca e apreensão em outros endreços ligados ao PM e ao irmão dele. O objetivo da ação é descobrir por quem o imóvel foi alugado.
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que um homem foi preso no litoral, durante o cumprimento dos mandados, por suspeita de participação na logística do crime.
A pasta confirmou que o imóvel onde a mulher retirou o fuzil em Praia Grande foi identificado. "A polícia vai ouvir todos os que alugaram a casa nas últimas semanas, assim como o dono do imóvel e o irmão dele, que é policial militar. Diligências estão em curso para elucidar todas as circunstâncias e responsabilizar os envolvidos", completou a nota.
O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, de 63 anos, foi assassinado a tiros na noite da última segunda-feira (15), em Praia Grande, no litoral paulista. Segundo a Polícia Civil, até o momento, quatro suspeitos por envolvimento no crime foram identificados.
Quem são os suspeitos
Durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (18), a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que Flavio Henrique Ferreira de Souza e Felipe Avelino da Silva, conhecido como "Masquerano" no PCC, são investigados pela execução de Ruy Ferraz.
Um dos suspeitos tem vasto histórico criminal. Ainda de acordo com a polícia, a ação demonstrou conhecimento tático, com armamento pesado e carro de fuga incendiado.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, declarou que "não resta dúvida de que o PCC está envolvido" na morte do ex-delegado-geral.

Até o momento, a única prisão da investigação foi a de Dahesly Oliveira Pires, suspeita de ter transportado o fuzil utilizado no crime.
Dahesly, de 25 anos, possui passagem criminal por tráfico de drogas. Durante depoimento, ela teria dito que não sabia o que trazia dentro da sacola, o que não convenceu a polícia.
O quarto suspeito identificado pela polícia é Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, que teve a prisão temporária decreta nesta quinta-feira (18), também por envolvimento no transporte da arma de fogo.
De acordo com o documento judicial, Dahesly disse ter recebido pagamento via Pix para realizar o transporte das armas, valor transferido de uma conta em nome de uma criança de 10 anos, filho de Luiz Antônio.
A Justiça considerou a prisão necessária para evitar fugas e garantir a continuidade das investigações. A medida tem prazo inicial de 30 dias. Luiz também é suspeito de ter dirigido anteriormente o carro que foi utilizado no crime.
Relembre morte de ex-delegado-geral em SP
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, de 63 anos, em Praia Grande (SP) na segunda-feira (15), mobilizou uma força-tarefa policial e gerou forte repercussão devido ao seu histórico de combate ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
O secretário-executivo da Segurança Pública de São Paulo, Osvaldo Nico, confirmou que Fontes estava "sendo procurado, caçado". O crime foi descrito como "covarde" e "bárbaro" pelo governador Tarcísio de Freitas e pelo promotor Lincoln Gakiya, respectivamente.
Fontes era considerado um dos principais inimigos do PCC, tendo sido pioneiro no mapeamento da facção e responsável por indiciar sua cúpula, incluindo Marcola, em 2006.
Ele era jurado de morte pelo PCC desde 2006 e havia expressado preocupação com sua segurança após um assalto em 2023, dizendo: "Eu combati esses caras durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro".


