Ex-delegado executado: o que sabemos sobre suspeita de transportar fuzil

Mulher teve prisão temporária solicitada pela polícia e decretada pela Justiça de São Paulo

Beto Souza e Guilherme Rajão, da CNN, em São Paulo
Dahesly Oliveira Pires teria sido responsável por transportar um fuzil utilizado pelos cirminosos no dia da execução.
Dahesly Oliveira Pires teria sido responsável por transportar um fuzil utilizado pelos criminosos no dia da execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes  • Reprodução
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Dahesly Oliveira Pires, 25, investigada pelo assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, foi presa na madrugada desta quinta-feira (18) em São Paulo, sob suspeita de ter transportado o fuzil usado na execução.

Ela é suspeita de entregar a arma do crime a um homem no ABC Paulista, embora alegue não saber o conteúdo da sacola, versão que não convenceu a polícia.

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Levada ao DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) para depoimento na tarde de quarta-feira (17), a polícia solicitou e a Justiça decretou sua prisão temporária. Após passar pelo IML, Dahesly foi encaminhada ao 6º DP (Cambuci) e deve ser submetida a audiência de custódia ainda hoje.

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Histórico

Informações prévias revelam que Dahesly possui passagem criminal por tráfico de drogas.

De acordo com a denúncia, os fatos ocorreram em junho de 2023, nas dependências do CDP (Centro de Detenção Provisória II), em Osasco, na Grande São Paulo. Dahesly teria ido realizar visita a um preso e foi detida tentando entrar no local com drogas.

Conforme o registro, quando Dahesly passou pelo "scanner" corporal, os agentes visualizaram um volume suspeito no peito da suspeita. Após a revista, os agentes confirmaram que ela tinha porções de drogas escondidas junto às costuras das roupas. Ela confessou o porte da droga.

A denúncia foi recebida pela Justiça, que constatou a presença de indícios de materialidade e autoria. A suspeita não foi localizada para se manifestar no processo criminal, o que fez com que a justiça suspendesse a ação penal.

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Relembre morte de ex-delegado-geral em SP

A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, de 63 anos, em Praia Grande (SP) na segunda-feira (15), mobilizou uma força-tarefa policial e gerou forte repercussão devido ao seu histórico de combate ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

O secretário-executivo da Segurança Pública de São Paulo, Osvaldo Nico, confirmou que Fontes estava "sendo procurado, caçado". O crime foi descrito como "covarde" e "bárbaro" pelo governador Tarcísio de Freitas e pelo promotor Lincoln Gakiya, respectivamente.

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Fontes era considerado um dos principais inimigos do Primeiro Comando da Capital (PCC), tendo sido pioneiro no mapeamento da facção e responsável por indiciar sua cúpula, incluindo Marcola, em 2006.

Ele era jurado de morte pelo PCC desde 2006 e havia expressado preocupação com sua segurança após um assalto em 2023, dizendo: "Eu combati esses caras durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro". O promotor Lincoln Gakiya também o alertou sobre ameaças.

Fontes ocupava o cargo de Secretário de Administração na Prefeitura de Praia Grande, e essa linha de investigação também está sendo considerada.