Execução de ex-delegado inimigo do PCC: força-tarefa da polícia investiga

Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo, afirmou que uma força-tarefa foi integrada para identificar e prender os responsáveis

Thomaz Coelho, da CNN*, São Paulo
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O governo de São Paulo reforçou o policiamento no litoral após o assassinato de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil e atual secretário de Segurança Pública de Praia Grande. Ele foi morto a tiros na segunda-feira (15) e era jurado de morte pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Nas redes sociais, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, lamentou a morte e afirmou que uma força-tarefa foi integrada para identificar e prender os responsáveis, com prioridade determinada pelo governador Tarcísio de Freitas.

As investigações seguirão nesta terça-feira (16). O carro utilizado pelos criminosos foi queimado após a ação. Equipes de perícia trabalham para tentar encontrar pistas.

Criminosos incendiaram o veículo usado na fuga após a execução • Reprodução
Criminosos incendiaram o veículo usado na fuga após a execução • Reprodução

A investigação deve contar com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Imagens obtidas pela CNN mostram criminosos armados com fuzis durante a ação.

O carro da vítima foi atingido por um ônibus durante a fuga, capotou e, em seguida, os criminosos realizaram a execução. Após o crime, os suspeitos fugiram.

Segundo informações da corporação, ele foi baleado e não resistiu aos ferimentos. O atual delegado-geral, Artur Dian, confirmou o crime e se deslocou para o município.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) lamentou a morte e informou que policiais militares atenderam rapidamente à ocorrência e localizaram o veículo utilizado pelos criminosos.

Outras duas pessoas ficaram feridas na ação e foram socorridas.

Quem era Ruy Ferraz Fontes

Ele ocupava atualmente o cargo de secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande e tinha mais de 40 anos de carreira na Polícia Civil de São Paulo, da qual estava licenciado.

Ao longo de sua trajetória, Ruy ocupou alguns dos principais cargos da corporação: foi delegado-geral de Polícia, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) e atuou em unidades estratégicas como o Deic, Denarc e DHPP.

Ganhou notoriedade por enfrentar a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), sendo considerado um dos principais inimigos da organização.

Em 2006, Ruy Ferraz foi o responsável por indiciar toda a cúpula do primeiro Comando da Capital (PCC), inclusive Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes de os bandidos serem isolados na penitenciária 2 de presidente Venceslau.

Por conta de sua atuação, o ex-delegado era jurado de morte pela facção.

Confira mais informações sobre o delegado