Explosão no Tatuapé: Com câncer, idoso é impedido de retornar para casa
Antônio de Oliveira passou por uma cirurgia para amputação da perna na última quarta-feira (12), recebeu alta, mas o apartamento em que mora foi danificado

O aposentado Antonio de Oliveira Dias Filho, de 75 anos, recebeu alta hospitalar após uma cirurgia em que teve uma das pernas amputada, mas ainda não pode voltar para casa no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo.
A residência onde vive com a esposa, Zenilde Silva, foi danificada pela explosão que atingiu o bairro na noite de quinta-feira (13). Embora o apartamento não tenha sido interditado, o impacto da explosão derrubou o teto, quebrou paredes, janelas e vidros.
Zenilde e o neto continuam no local, mas Antonio só poderá retornar quando o imóvel estiver limpo, seguro e com condições mínimas de abrigá-lo em um momento de recuperação delicada. Ele trata um câncer de próstata e enfrenta complicações desde a cirurgia realizada na última quarta-feira (12).
A esposa relatou à CNN Brasil o choque ao chegar em casa depois de visitar o marido no hospital. “Eu estava voltando do hospital quando meu filho me ligou e disse o que estava acontecendo. Quando cheguei aqui, eu não acreditei. Eu queria subir para ver como estava minha casa e não podia. Quando entrei, meu coração ficou despedaçado. É muito doloroso ver tudo que aconteceu", afirmou.
Impacto da explosão
A explosão deixou 13 casas interditadas, 11 totalmente e duas parcialmente. Inicialmente, 23 imóveis foram interditados pela Defesa Civil, mas parte deles já foi liberada após avaliações técnicas.
O homem que manipulava artefatos explosivos dentro de uma das residências estava sozinho e morreu carbonizado no local após a explosão na quinta-feira (13). Pelo menos dez pessoas ficaram feridas, incluindo uma vítima que teve os dois tímpanos estourados devido ao estrondo.
Desde então, equipes da Defesa Civil, da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar reforçam a segurança na área para evitar saques e permitir o acesso controlado de moradores que tentam recuperar pertences.
Rede de apoio cresce
Famílias vizinhas abriram suas casas para acolher moradores desabrigados. Restaurantes, empresas e voluntários têm chegado constantemente ao local com comida, roupas e outros itens essenciais, uma mobilização que tem ajudado dezenas de famílias que perderam tudo.
Zenilde aguarda agora que o apartamento seja reorganizado para que Antonio possa retornar. “Ele precisa de um lugar tranquilo para se recuperar. Tudo o que queremos é que ele volte para casa com segurança". As equipes de engenharia seguem trabalhando para liberar o máximo de imóveis nos próximos dias.


