Operação mira quadrilha ligada ao PCC especialista em roubos a condomínios

Ao menos 17 suspeitos foram presos até o momento; investigações indicam planejamento sofisticado e divisão de tarefas, características das ações da facção

Vitor Bonets, da CNN*, Guilherme Rajão e Carolina Figueiredo, da CNN, em São Paulo
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Uma quadrilha vinculada ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e especializada em crimes de roubos a condomínios de alto padrão, é alvo de uma operação da Polícia Civil de São Paulo na manhã desta terça-feira (12). De acordo com a investigação, judeus moradores da capital eram os principais alvos da quadrilha.

De acordo com apuração da CNN, 17 suspeitos foram presos até o momento. Entre os presos, dois já eram foragidos da Justiça. Duas prisões foram realizadas em flagrante e outras 15 foram cumprimento de mandados.

As investigações começaram após um roubo no dia 13 de maio deste ano, quando moradores de um condomínio entre Higienopólis e Santa Cecília, Centro da capital paulista, foram vítimas de um assalto.

Segundo a polícia, cerca de dez criminosos, fortemente armados e com veículos com placas clonadas, renderam moradores e funcionários do local. Eles capturaram as vítimas por aproximadamente duas horas e roubaram dinheiro em espécie, joias, relógios e outros bens.

Os investigadores indicam que a quadrilha agiu com "planejamento sofisticado e divisão de tarefas", características das ações do PCC.

Uma noite antes do crime, três pessoas com uniformes de uma empresa de telefonia cortaram os cabos de internet do condomínio. O fato derrubou os sistemas de monitoramento e controle de acesso do local.

Já na manhã do roubo, os criminosos entraram no prédio com um veículo "dublê" idêntico ao de um morador, o que burlou o sistema e explorou falhas de reconhecimento facial.

Quando estava, dentro do condomínio, eles renderam os responsáveis pela portaria e permitiram a entrada de outros veículos como uma BMW/X3 e um Chevrolet Onix, também com placas clonadas.

A quadrilha agiu de forma coordenada e invadiu ao menos seis unidades de judeus. Os criminosos fizeram uso de armas de fogo e grave ameaça, além de manterem as vítimas, inclusive crianças e idosos, em restrição de liberdade.

Operação "Shalom"

A Operação foi batizada de "Shalom", palavra usada como saudação e despedida por judeus, já que eles eram os principais alvos da quadrilha, cumpre 51 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão temporária nas cidades de São Paulo, Diadema, Cotia, Jundiaí, Guarulhos e Osasco. Os mandados foram expedidos pela Justiça.

"O objetivo é prender os envolvidos, apreender armas, produtos do crime, documentos, aparelhos eletrônicos e veículos utilizados nas ações, bem como aprofundar a identificação de outros membros da rede criminosa", diz a corporação.

*Sob supervisão