Pai e madrasta enterram criança em lavanderia de casa e são presos em SP
Crime ocorreu em setembro, mas mãe da menina de 4 anos só descobriu que filha havia morrido após dois meses; responsáveis conviviam com corpo de criança enterrada normalmente

Um pai e uma madrasta foram presos na noite de quinta-feira (27) após a Polícia Militar encontrar uma criança, de 4 anos, enterrada na lavanderia da casa onde o casal morava, localizada no Parque Jandaia, em Guarulhos, Região Metropolitana de São Paulo. A vítima foi identificada como Emanuelly Souza.
A história começou especificamente no dia 15 de setembro deste ano. Nos últimos dois meses, os responsáveis pela criança conviveram normalmente com o corpo soterrado.
Porém, a mãe da criança, que já não tinha a guarda da filha há dois anos, só descobriu o paradeiro nesta quinta (27). Após suspeitas, a mulher acionou o Conselho Tutelar por volta das 12h para saber sobre a menina.
Morte da criança e corpo na lavanderia
Segundo o boletim de ocorrência obtido pela CNN Brasil, ao chegar na casa do casal, a conselheira encontrou a madrasta da criança e questionou sobre o sumiço. A mulher afirmou que se ela quisesse saber onde a Emanuelly estava "deveria falar é com o pai" e que a mãe da menina seria "uma louca e ciumenta ".
Mais tarde, às 19h30, foi a vez do pai da criança ser ouvido. O homem disse que a menina estava sob cuidados da mãe, o que seria impossível já que a mulher foi quem acionou o órgão de tutela. A partir das suspeitas e contradições, ele foi informado que seria levado à uma unidade policial e afirmou que se dissesse tudo que sabia "sairia do Conselho algemado".
Antes mesmo de ir à delegacia, ele afirmou que no dia 15 de setembro deixou a filha sob cuidados da mulher. Quando voltou para casa, teria encontrado a menina já morta no sofá. Segundo dito por ele, a madrasta teria matado a criança.
Com a acusação, a PM foi acionada e compareceu no local durante a noite de quinta (27). Lá, o corpo foi localizado após escavação no cômodo indicado pelo próprio homem.
Depoimentos dos suspeitos
Em depoimento à polícia, o homem diz que a companheira não deixou ele acionar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) no dia da morte. Então, eles combinaram de esquartejar e enterrar Emanuelly na lavanderia da casa.
O pai da criança afirma ainda que não a esquartejou e que a mulher teria sido a responsável pelo ato. Ele se defendeu sob a justificativa de que teria "apenas" cavado o buraco na casa para colocar o corpo.
A madrasta da criança nega as acusações. Ela diz que o homem que quis se "desfazer do corpo". Ao ser questionada se havia agredido a menina no dia da morte, ela ainda disse: "não vou falar porque a gente já vai pegar cadeia mesmo".
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Prisões do pai e madrasta
Após os depoimentos, foram decretadas as prisões em flagrante do pai e da madrasta da criança encontrada enterrada na casa do casal. Ainda foi representado o pedido de prisão preventiva para ambos.
A polícia ainda constatou que o homem tem ao menos quatro registros policiais. O último foi por maus-tratos contra outro filho. As outras são por lesão corporal, ameaça e injúria no contexto de violência doméstica contra a mãe de Emanuelly.
A perícia foi acionada e o caso desta quinta-feira (27) foi registrado no 4º DP de Guarulhos como homicídio e destruição, subtração ou ocultação de cadáver.


