Pai e madrasta enterram criança em lavanderia de casa e são presos em SP

Crime ocorreu em setembro, mas mãe da menina de 4 anos só descobriu que filha havia morrido após dois meses; responsáveis conviviam com corpo de criança enterrada normalmente

Vitor Bonets, da CNN Brasil*, Adriana De Luca e Guilherme Rajão, da CNN Brasil, em São Paulo
Polícia Militar encontrou corpo de criança enterrado na lavanderia de casa no Parque Jandaia, em Guarulhos, Região Metropolitana de São Paulo.
Polícia Militar encontrou corpo de criança enterrado na lavanderia de casa no Parque Jandaia, em Guarulhos, Região Metropolitana de São Paulo.  • Reprodução
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Um pai e uma madrasta foram presos na noite de quinta-feira (27) após a Polícia Militar encontrar uma criança, de 4 anos, enterrada na lavanderia da casa onde o casal morava, localizada no Parque Jandaia, em Guarulhos, Região Metropolitana de São Paulo. A vítima foi identificada como Emanuelly Souza.

A história começou especificamente no dia 15 de setembro deste ano. Nos últimos dois meses, os responsáveis pela criança conviveram normalmente com o corpo soterrado. 

Porém, a mãe da criança, que já não tinha a guarda da filha há dois anos, só descobriu o paradeiro nesta quinta (27). Após suspeitas, a mulher acionou o Conselho Tutelar por volta das 12h para saber sobre a menina.

Morte da criança e corpo na lavanderia

Segundo o boletim de ocorrência obtido pela CNN Brasil, ao chegar na casa do casal, a conselheira encontrou a madrasta da criança e questionou sobre o sumiço. A mulher afirmou que se ela quisesse saber onde a Emanuelly estava "deveria falar é com o pai" e que a mãe da menina seria "uma louca e ciumenta ". 

Mais tarde, às 19h30, foi a vez do pai da criança ser ouvido. O homem disse que a menina estava sob cuidados da mãe, o que seria impossível já que a mulher foi quem acionou o órgão de tutela. A partir das suspeitas e contradições, ele foi informado que seria levado à uma unidade policial e afirmou que se dissesse tudo que sabia "sairia do Conselho algemado".  

Antes mesmo de ir à delegacia, ele afirmou que no dia 15 de setembro deixou a filha sob cuidados da mulher. Quando voltou para casa, teria encontrado a menina já morta no sofá. Segundo dito por ele, a madrasta teria matado a criança.

Com a acusação, a PM foi acionada e compareceu no local durante a noite de quinta (27). Lá, o corpo foi localizado após escavação no cômodo indicado pelo próprio homem.

Depoimentos dos suspeitos

Em depoimento à polícia, o homem diz que a companheira não deixou ele acionar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) no dia da morte. Então, eles combinaram de esquartejar e enterrar Emanuelly na lavanderia da casa.

O pai da criança afirma ainda que não a esquartejou e que a mulher teria sido a responsável pelo ato. Ele se defendeu sob a justificativa de que teria "apenas" cavado o buraco na casa para colocar o corpo.

A madrasta da criança nega as acusações. Ela diz que o homem que quis se "desfazer do corpo". Ao ser questionada se havia agredido a menina no dia da morte, ela ainda disse: "não vou falar porque a gente já vai pegar cadeia mesmo". 

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Prisões do pai e madrasta

Após os depoimentos, foram decretadas as prisões em flagrante do pai e da madrasta da criança encontrada enterrada na casa do casal. Ainda foi representado o pedido de prisão preventiva para ambos.

A polícia ainda constatou que o homem tem ao menos quatro registros policiais. O último foi por maus-tratos contra outro filho. As outras são por lesão corporal, ameaça e injúria no contexto de violência doméstica contra a mãe de Emanuelly. 

A perícia foi acionada e o caso desta quinta-feira (27) foi registrado no 4º DP de Guarulhos como homicídio e destruição, subtração ou ocultação de cadáver.