PMs têm prisão convertida em preventiva por morte em Paraisópolis
Robson Noguchi de Lima e Renato Torquatto da Cruz foram presos em flagrante na sexta-feira (11)
Os policiais militares responsáveis pela morte de um homem de 24 anos na comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, tiveram a prisão convertida em preventiva. A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo foi confirmada neste sábado (12).
Segundo a Polícia Militar, imagens das câmeras corporais dos agentes Robson Noguchi de Lima e Renato Torquatto da Cruz mostraram que a abordagem a Igor Oliveira de Moraes Santos "não foi dentro dos padrões, dentro das excludentes de licitude". O jovem foi atingido por um disparo quando já estava rendido.
O coronel Emerson Massera, chefe de comunicação da PM de São Paulo, afirmou que houve erro de conduta dos policiais. "Quando há erro, a gente corrige. Nossa instituição tem o compromisso com o acerto. Assim que verificamos que os policiais não agiram dentro das excludentes de ilicitude, foram autuados", disse.
Neste sábado (12), o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também comentou o caso. "Com análise das câmaras, a gente viu que houve desvio (de conduta). Os dois policiais vão ser indiciados por homicídio doloso, vão ser apresentados à justiça e vão responder pelo crime que cometeram. E vai ser assim sempre", afirmou o governador.
Relembre o caso
A comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista, viveu uma noite de caos na quinta-feira (10) após uma operação da Polícia Militar que resultou na morte de dois homens e na prisão de outros três suspeitos.
Vídeos mostram ruas tomadas por manifestantes, automóveis depredados e incendiados, objetos queimados e o trânsito paralisado. Em meio à confusão, moradores fecharam vias, atearam fogo em objetos e soltaram fogos de artifício. Veja abaixo:
Relatos apontam que grupos roubaram e depredaram veículos em Paraisópolis e também em bairros vizinhos. Motoristas foram obrigados a abandonar seus carros sob ameaça de criminosos armados. Ônibus também foram atacados e lojas e casas foram depredadas nas imediações.
De acordo com a PM, a ação foi desencadeada após denúncias sobre a presença de armamento pesado, incluindo fuzis, na região. Durante a operação, houve confronto entre policiais e criminosos. Nenhum policial ficou ferido.
Além das prisões, foram apreendidos:
- 2 pistolas
- 1 revólver
- 7 carregadores de pistola
- Drogas, dinheiro e celulares
*Sob supervisão de Luan Leão


