Polícia apreende 316 mil rótulos e 3 mil bebidas falsificadas em ação em SP
Desde o início das ações da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária do estado, 41 pessoas foram presas

A Polícia Civil de São Paulo apreendeu 316 mil rótulos e mais de 3 mil garrafas de bebidas falsificadas em uma operação na manhã desta segunda-feira (6). Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão nas cidades de Osasco, Americana, Sumaré e Poços de Caldas (MG).
A Operação Última Dose ocorre no âmbito das investigações da força-tarefa do Governo de São Paulo sobre bebidas adulteradas com metanol. Desde o início das ações policiais e da vigilância sanitária, 41 pessoas foram presas.
A ação desta segunda foi conduzida por policiais do Setor de Investigações Gerais da Delegacia Seccional Carapicuiba. Cinco pessoas foram identificadas e indiciadas por envolvimento na falsificação e comercialização de bebidas falsas.
Em Sumaré, na Região Metropolitana de Campinas, os policiais localizaram uma fábrica clandestina com centenas de bebidas falsificadas, garrafas, rótulos e lacres para envasar bebidas falsas. O estabelecimento foi fechado e todos os produtos e equipamentos foram apreendidos. O proprietário fugiu quando os agentes se aproximavam do local.
A polícia também localizou uma fábrica clandestina em Osasco com milhares de rótulos e equipamentos para envasar bebidas destiladas. A fábrica também foi fechada e todas as bebidas, rótulos e garrafas, apreendidos. Não havia ninguém no local, porém, o responsável foi identificado e está foragido
Em Americana, foram apreendidos milhares de rótulos e lacres em caixas, que seriam utilizados para bebidas falsas. Uma mulher que mora no local foi conduzida para a delegacia e indiciada.
Segundo a polícia, as investigações iniciaram no último mês de junho para identificar e desarticular grupo criminoso que fabricava e comercializava bebidas alcoólicas falsificadas/adulteradas, distribuindo em toda a Grande São Paulo.
Até o momento, no estado de São Paulo, foram notificados 164 casos, 15 confirmados e 149 em investigação. Entre as mortes, foram confirmados dois óbitos e outros 12 seguem em investigação. As informações são do último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, na noite desta segunda-feira (6).
Linhas de investigação
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur Dian, informou à CNN Brasil que as autoridades trabalham com duas linhas de investigação referentes à contaminação de bebidas alcoólicas por metanol.
A tese mais aceita até o momento é que o metanol tenha sido utilizado no momento da falsificação da bebida de forma acidental ou proposital. “A gente acha que pode ter sido usado o etanol comprado no posto de gasolina que tenha sido batizado com metanol e desta forma a bebida foi contaminada", explicou Dian.
Uma outra linha de investigação concentra-se na suspeita de que a contaminação possa ter ocorrido devido ao uso de metanol durante o processo de limpeza e higienização das garrafas de bebida usadas.
“Essa tese se esvazia um pouco no momento em que existe a necessidade de uma certa quantidade de metanol para que o ser humano seja contaminado, mas não é impossível que durante essa lavagem pequenas quantidades residuais sejam suficientes para cegar ou para matar”, explicou o delegado-geral.
- Linha 1: metanol tenha sido utilizado no momento da falsificação da bebida de forma acidental ou proposita;
- Linha 2: suspeita de que a contaminação possa ter ocorrido devido ao uso de metanol durante o processo de limpeza
Os falsificadores necessitam das garrafas originais para colocar a bebida adulterada para que elas sejam reintroduzidas no mercado. “Estamos trabalhando para ter uma logística reversa para evitar que essas garrafas não caiam na mão de pessoas erradas que utilizaram para a falsificação de bebidas”, afirmou Dian.