Polícia investiga se SP é centro de rede de bebidas adulteradas no país

Operação “Fonte do Veneno” prendeu seis pessoas e encontrou bebidas adulteradas em 13 locais

Renan Fiuza, da CNN Brasil, em São Paulo
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A Polícia Civil de São Paulo prendeu seis pessoas nesta terça-feira (14) durante a Operação Poison Source – Fonte do Veneno, que investiga a produção e comercialização de bebidas alcoólicas adulteradas em diferentes regiões do estado. A ação cumpriu 20 mandados de busca e apreensão, dos quais 13 resultaram na apreensão de bebidas falsificadas já confirmadas pela perícia.

Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a operação é um desdobramento de uma prisão realizada no dia 3 de setembro, quando um suspeito foi detido em um grande galpão utilizado para armazenar produtos falsificados.

Nesta nova fase, cinco pessoas foram presas por envolvimento na falsificação e uma por porte ilegal de arma; outra segue sendo investigada. Os detidos poderão responder por falsificação de bebidas, armazenamento irregular de produtos e associação criminosa.

O diretor do Deic, delegado Ronaldo Sayeg, afirmou que as investigações mostram que São Paulo funciona como um centro de distribuição desse tipo de bebida para outros estados.

“Podemos dizer que São Paulo seria uma espécie de coração, que transaciona bebidas e insumos para outros estados. Um dos principais falsificadores presos na semana passada negociava com pelo menos seis estados diferentes da federação”, disse Sayeg.

A coordenadora da operação, delegada Leslie Caram Petrus, explicou que parte dos envolvidos é formada por donos de bares e adegas, que mantinham garrafas originais expostas, mas vendiam o conteúdo adulterado.

“Algumas pessoas presas hoje, por exemplo, são donos de bar, adega. Mantinham expostas às garrafas originais e depois, na hora da venda, vendiam as bebidas adulteradas”, afirmou.

O secretário adjunto da Segurança Pública, Nico Gonçalves, destacou a importância da conscientização de comerciantes e consumidores diante dos casos recentes de intoxicação por metanol em bebidas vendidas irregularmente.

“Não existe milagre se alguém vende uma garrafa de vodca que custa normalmente R$ 100 por R$ 30. É preciso que os comerciantes tenham consciência e nos ajudem”, disse.

Segundo Sayeg, a meta é ampliar a operação para seis estados brasileiros.

“Estamos estruturando uma operação interestadual. Quando ela estiver pronta, saberemos se será necessária a atuação apenas das autoridades estaduais ou também de instâncias federais”, concluiu.