Policial que matou jovem por engano foi solto após pagar R$ 6.500 de fiança

Guilherme Dias Santos Ferreira tinha acabado de sair do trabalho quando foi morto por engano pelo Policia Militar Fabio Anderson Pereira de Almeida

Ana Julia Bertolaccini, da CNN*, em São Paulo
Vítima tinha 26 anos e havia casado recentemente
Guilherme Dias Santos Ferreira não era um doscriminosos e se dirigia ao ponto de ônibus  • Reprodução/ Redes Sociais
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O policial militar Fabio Anderson Pereira de Almeida, preso em flagrante após reagir a uma tentativa de assalto e matar Guilherme Dias Santos Ferreira, que não tinha envolvimento com o roubo, pagou uma fiança de R$6.500 e foi liberado. O caso aconteceu no extremo Sul de São Paulo, logo depois da vítima sair do trabalho, na noite de sexta-feira (4).

De acordo com o boletim de ocorrência, o policial, após ter sido vítima de uma tentativa de assalto por um grupo de criminosos em motocicletas, reagiu e fez com que os assaltantes se afastassem. Ao avistar Guilherme se aproximando, acreditou ser um dos autores do crime e atirou.

Segundo as informações do boletim de ocorrência, Guilherme Dias Santos Ferreira não era um dos criminosos e se aproximava com relativa pressa, para se dirigir ao ponto de ônibus, situado cerca de 50 metros do local onde foi atingido. O tiro perfurou a região da cabeça.

Os pertences de Guilherme foram encontrados ao lado de seu corpo. Entre eles uma carteira, telefone celular, chaves e uma bolsa contendo livro, remédios, itens
de higiene e um recipiente de marmita, com talheres e bolsa térmica.

Guilherme havia acabado de sair do trabalho, após bater o ponto às 22:28h, junto com outros funcionários. Ele chegou a postar uma foto nas redes sociais que comprova a saída depois de concluir o dia de trabalho.

Veja a foto:

Foto postada por Guilherme minutos antes de ser morto • Reprodução/redes sociais
Foto postada por Guilherme minutos antes de ser morto • Reprodução/redes sociais

Fatos como a ausência de arma de fogo, os pertences encontrados com Guilherme, o horário registrado como término da sua jornada de trabalho e a falta de antecedentes criminais demonstram que Guilherme não tinha envolvimento com o crime. Sendo assim, os disparos efetuados por Fabio não se classificam como legítima defesa.

Familiares demonstraram revolta pelo ocorrido nas redes sociais. Gabriel Dias havia se casado recentemente e foi lembrado por amigos como “um homem íntegro, um excepcional marido, filho e amigo”. O irmão da vítima disse em uma publicação que ele era uma grande referência e que honraria o seu legado.

Após a morte, o policial foi autuado por homicídio culposo, pagou fiança estabelecida nos termos do artigo 322 do Código de Processo Penal, e vai responder ao processo em liberdade. A SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) reforçou que a vítima não tinha relação com a ocorrência.

Familiares demonstraram revolta pelo ocorrido nas redes sociais. Gabriel Dias havia se casado recentemente e foi lembrado por amigos como “um homem íntegro, um excepcional marido, filho e amigo”. O irmão da vítima disse em uma publicação que ele era uma grande referência e que honraria o seu legado.

O velório e sepultamento da vítima foi realizado no último domingo (6). Muitos parentes compartilharam e lamentaram a morte dele nas redes sociais.

 

*Sob supervisão de Pedro Osorio