Quem é o presidente da Império de Casa Verde, preso em operação contra PCC
Líder de escola e vice-presidente da Liga-SP é apontado como participante de esquema de tráfico transnacional e internacional de drogas
Alexandre Constantino Furtado, presidente da escola de samba Império de Casa Verde e vice-presidente da Liga-SP (Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo), foi preso nesta terça-feira (23) no âmbito da Operação Vila do Conde, deflagrada pela FICCO-SP (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em São Paulo).
A ação visa desarticular uma organização criminosa que escoava cocaína para a Europa. Alexandre é apontado como integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) e é investigado pelos crimes de tráfico transnacional de drogas e lavagem de dinheiro.
Presidente de escola de samba preso: entenda operação da PF contra PCC
Alexandre assumiu a vice-presidência da LIGA-SP, uma posição de liderança na administração do Carnaval paulista, em abril deste ano. O mandato vai até 2027. Já o posto de presidente da Império de Casa Verde é ocupado por ele desde 2012.
Amigos e familiares descrevem Alexandre como um líder "guerreiro" que age com "sabedoria e graça".
Investigações apontam que a escola de samba era usada por ele como um escritório, onde ele recebia contatos e “clientes”. A investigação da PF, no entanto, não identificou lavagem de dinheiro vinculada à instituição. Segundo apuração da CNN, Alexandre é suspeito de negociar diretamente o envio de drogas para a Europa.
Entenda contexto de prisão
A Operação Vila do Conde é resultado de uma investigação iniciada com a apreensão de 458 kg de cocaína em fevereiro de 2021.
A droga foi encontrada no Porto de Vila do Conde, no Pará, em meio a uma carga de quartzo, e tinha como destino final o Porto de Rotterdam, na Holanda.
A organização, que utilizava a droga com origem em Sorocaba e Belém, foi alvo de 22 mandados de prisão preventiva e 40 de busca e apreensão em cinco estados, incluindo São Paulo.
Veja imagens da operação
O esquema financeiro envolvia a ocultação de bens e o bloqueio de mais de R$ 290 milhões em lucros ilícitos, com a utilização de um contador para investir em segmentos formais do mercado.
Em nota, a Império de Casa Verde informou que o corpo jurídico da agremiação acompanha os fatos mas, até o momento, "não há elementos concretos para qualquer declaração adicional, visto que ainda não se confirmou oficialmente o teor completo da ação ou eventuais envolvidos".
"Reafirmamos o compromisso da Império de Casa Verde com o respeito às instituições e à legalidade. Manteremos transparência junto ao público assim que houver dados verificáveis", concluiu a agremiação.
Em suas redes sociais, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo afirmou que já "tomou conhecimento das notícias veiculadas pela imprensa" sobre Alexandre, seu vice-presidente, e que em momento oportuno irá se pronunciar.
"A Liga-SP reafirma seu compromisso com a transparência, com a seriedade de sua atuação e com a integridade institucional de suas filiadas, valores dos quais não se afastará", concluiu em nota.
A CNN tenta contato com a defesa de Alexandre para um posicionamento. O espaço segue aberto.