Bolo envenenado foi feito para família após amigas de sogra desmarcarem encontro, diz polícia
Suspeita tinha como alvo sogra por "mágoa" envolvendo R$ 600; veneno usado em farinha serviria para bolo de encontro entre sogra e amigas
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Veja envolvidos em tragédia familiar no RS
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Bolo envenenado em Torres, no Rio Grande do Sul • Reprodução
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Ordem das imagens: a suspeita Deise Moura dos Anjos (de branco), o sogro Paulo Luiz dos anjos (de cinza), Tatiana Denise dos Anjos (marrom) e a sogra Zeli dos Anjos (de rosa) • Reprodução
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Bolo envenenado: acusada (Deise Moura dos Anjos) tentou cremar corpo de sogro (Paulo Luiz dos Anjos) para esconder vestígios do crime antes do bolo envenenado • Reprodução
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Maida Berenice da Silva, Neuza Denise dos Anjos (centro) e Tatiana Denise dos Anjos, vítimas do bolo envenenado • Redes Sociais
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Foto mostra nora e sogra juntas em 2021. Deise tinha como principal alvo a sogra Zeli • Reprodução/Redes sociais
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Coletiva da polícia sobre o caso do bolo envenenado • Reprodução
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Perícia faz análise dos ingredientes do bolo para encontrar o veneno • Sofia Villela/IGP/RS
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Perícia faz análise no bolo envenenado de Torres para encontrar arsênio • Sofia Villela/IGP/RS
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Da esquerda para direita: Diego dos Anjos (marido de Deise e filho de Paulo e Zeli), Deise dos Anjos (nora), filho de Deise e Diego, Zeli dos Anjos (sogra) e Paulo Luiz dos Anjos (sogro)
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Perícia faz análise no bolo envenenado de Torres para encontrar arsênio • Sofia Villela/IGP/RS
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Perícia faz análise no bolo envenenado de Torres para encontrar arsênio • Sofia Villela/IGP/RS
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Perícia faz análise no bolo envenenado de Torres para encontrar arsênio • Sofia Villela/IGP/RS
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Perícia faz análise no bolo envenenado de Torres para encontrar arsênio • Sofia Villela/IGP/RS
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Perícia faz trabalho para identificar veneno com exumação do corpo do sogro da acusada. Durante a exumação, no ato, são pelo menos 10 pessoas do IGP envolvidas • Sofia Villela/IGP/RS
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Bolo envenenado: após sogra sobreviver, suspeita tentou levar pastel para ela no hospital • Reprodução
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Scanner de corpos do Instituto Geral de Perícias, onde foi periciado o corpo de Paulo dos anjos, sogro de Deise, envenenado em setembro de 2024 • ASCOM/IGP
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Analise em laboratório dos alimentos entregues por Deise para sogra no hospital • Anelize Sampaio IGP/RS
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Alimentos entregues por Deise para sogra no hospital • ASCOM / IGP-RS
Em um desdobramento chocante do caso do bolo envenenado em Torres (RS), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul revelou que o alvo principal da suspeita, Deise Moura dos Anjos, era sua própria sogra, Zeli dos Anjos. O motivo seria uma mágoa antiga relacionada a um valor de R$ 600 que, apesar de ter sido quitado em poucos dias, gerou ressentimento em Deise.
A investigação, nomeada “Operação Acqua Toffana” em referência a um veneno à base de arsênio usado no século XVII, descobriu que o arsênio utilizado no bolo que matou quatro pessoas e deixou outras duas internadas seria originalmente usado em um bolo para um encontro de amigas de Zeli. O encontro foi cancelado, e a farinha contaminada acabou sendo utilizada no bolo da família.
A polícia acredita que Zeli era o principal alvo de Deise porque a sogra foi a única figura presente em todos os casos em que a suspeita levou veneno para consumo da família.
Deise Moura dos Anjos está presa preventivamente desde o dia 5 de janeiro por triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio. A investigação aponta que Deise pesquisou, comprou e utilizou o veneno para cometer os crimes. As compras foram feitas pela internet e entregues pelos Correios.
Crimes premeditados e criação de álibis
O delegado responsável pelo caso, Marcos Veloso, afirmou que a polícia possui provas suficientes para incriminar Deise pelas quatro mortes, incluindo a do sogro, que foi confirmada após a exumação do corpo. A perícia constatou que a concentração de arsênio no estômago do sogro era a segunda maior entre as vítimas, evidenciando um envenenamento proposital.
A polícia acredita que Deise tentou encobrir seus rastros, apagando pesquisas e manipulando a família para desviar a atenção da investigação. As provas foram constatadas no celular da suspeita, após trabalho técnico da PCRS.
Após a morte do sogro, por exemplo, ela teria tentado convencer a família de que a causa da intoxicação seria uma banana levada pelo filho (marido dela), buscando evitar a perícia do corpo.
Caso deve mudar investigações por intoxicação
O caso reacendeu o debate sobre o controle de substâncias tóxicas como o arsênio. O secretário de segurança do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, afirmou que a polícia solicitará ao governo federal medidas mais rigorosas para o acesso a esses produtos.
Durante a coletiva, Caron afirmou que o episódio envolvendo um bolo envenenado com arsênio, deve mudar o paradigma das investigações do órgão, a partir de mortes por intoxicação.
A investigação segue em andamento, com a polícia buscando determinar se Deise tentou envenenar outras pessoas além das já confirmadas.