"Diaba Loira" foi denunciada por assediar lojistas antes de integrar facção

Natural de Santa Catarina, Eweline Passos Rodrigues tinha mandados de prisão em aberto e foi morta num suposto confronto entre criminosos na última quinta-feira (14)

Beto Souza, da CNN
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Eweline Passos Rodrigues, conhecida como “Diaba Loira”, foi morta a tiros na madrugada de quinta-feira (14) durante um confronto na Zona Norte do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Militar, a troca de tiros foi motivada por uma disputa territorial entre as facções CV (Comando Vermelho) e TCP (Terceiro Comando Puro), grupo ao qual ela havia se juntado recentemente.

Anos antes de sua ascensão no crime, em 2020, Eweline foi alvo de uma ação judicial em Tubarão (SC). Uma empresa acusou-a de coagir funcionários e ridicularizar a loja para exigir uma indenização, alegando ter se machucado no local. A empresa pediu uma tutela de urgência para que ela cessasse os contatos.

No entanto, a Justiça de Santa Catarina julgou a ação improcedente. Segundo a decisão, não havia provas suficientes para confirmar as alegações da loja. O tribunal considerou que o contato de Eweline para reclamar um direito não configurou conduta ilícita, tratando-se de um "exercício regular de direito".

Posteriormente, Eweline processou a loja e após um acordo, a empresa foi obrigada a pagar uma indenização de R$ 1,5 mil sobre danos morais. Houve recurso, mas a justiça catarinense manteve o direito de recebimento.

Quem é a diaba loira

Natural de Santa Catarina, Eweline se mudou para o Rio de Janeiro após sobreviver a uma tentativa de feminicídio em 2022. Na capital fluminense, ingressou no Comando Vermelho e ganhou notoriedade nas redes sociais por ostentar armas de grosso calibre.

Veja: quem era "Diaba Loira", traficante que morreu em confronto entre CV e TCP

A ficha criminal da "Diaba Loira" incluía uma prisão em 2023 por tráfico de drogas, ao transportar sete quilos de cocaína, e um flagrante atirando contra policiais, de junho de 2025.

Recentemente, ela rompeu com o CV e passou a integrar o Terceiro Comando Puro, o que intensificou as rivalidades.

Eweline Passos Rodrigues tinha pelo menos três mandados de prisão em aberto, dois deles expedidos pela Justiça de Santa Catarina por tráfico e organização criminosa, com uma pena total de cinco anos e dez meses em regime fechado.