Queda de balão em SC: “Não tinha mais controle e também pulei", diz piloto
Em depoimento à Polícia Civil, Elves de Bem Crescêncio disse que o incêndio se alastrou tão rápido que a única alternativa foi pedir para que as pessoas pulassem

Em depoimento à Polícia Civil, o piloto do balão que pegou fogo no último sábado (21) em Santa Catarina disse que o incêndio se alastrou tão rápido que não tinha mais comando sobre o que estava ocorrendo e que também pulou antes de todo mundo sair.
Oito pessoas morreram no acidente em que um balão pegou fogo no ar e caiu em Praia Grande, no sul de Santa Catarina. Treze pessoas sobreviveram, incluindo o piloto.
Elves de Bem Crescêncio relatou que, após cerca de dois a três minutos de voo, sentiu um cheiro de queimado no cesto. Ao verificar, notou o início de um incêndio na capa do tanque de gás, com uma chama.
O incidente teria começado com um maçarico auxiliar que estava dentro do cesto, usado para iniciar a chama principal do balão. O piloto afirmou que não havia utilizado o maçarico, sugerindo que ele pode ter caído de sua mala de voo e sido acionado, mas não conseguia garantir que era essa a ignição.
Com o fogo se alastrando rapidamente e tornando o cockpit insuportavelmente quente, o piloto tomou a decisão de iniciar uma descida de emergência.
"A hora que ele pousar, todo mundo pula do balão", teria dito o piloto no momento em que o fogo se alastrou e o balão estava próximo ao solo, em uma tentativa de pouso. De acordo com o depoimento, Elves tentou jogar um dos tanques que pegou fogo para fora para diminuir a intensidade do incêndio, mas não conseguiu.
O piloto explicou que depois que as chamas se alastraram e algumas pessoas conseguiram pular, o balão ficou mais leve e voltou a subir, "Quando eu pedi para as pessoas pularem, eu já não tinha mais comando e eu também pulei", disse Elves.
As chamas aumentaram, atingiram a boca do balão, e o cesto se desprendeu do envelope. Isso resultou na queda fatal das oito pessoas que não conseguiram sair a tempo.
A Polícia Civil e a Polícia Científica de Santa Catarina estão investigando as causas exatas do acidente, com o inquérito previsto para ser concluído em até 30 dias.