“Tem que sair do Brasil”, diz Tarcísio sobre Enel
Mais de 200 mil clientes ainda estão sem energia na Região Metropolitana de São Paulo, de acordo com a concessionária

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que “é claro” que a concessionária Enel deveria “sair do Brasil”, em momento com jornalistas após a Solenidade Comemorativa ao 54º Aniversário da Rota e Outorga da Medalha “Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar”, na manhã desta terça-feira (15).
A afirmação do governador ocorreu antes da reunião sobre o apagão que São Paulo enfrenta desde a última sexta-feira (11), com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, e com prefeitos da Região Metropolitana de São Paulo, prevista para esta tarde.
Até a tarde desta terça-feira (15), 214 mil clientes ainda estavam sem energia na Região Metropolitana de São Paulo, de acordo com a Enel. Além de São Paulo, a empresa está no Rio de Janeiro e Ceará.
Na reunião, o governo pretende pressionar o TCU para articular medidas com os órgãos federais responsáveis pelas mediações com a empresa. Questionado sobre a atuação federal, Tarcísio disse que o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) “sem dúvidas falharam” e relembra que a concessão é federal e, portanto, cabe a pasta e a agência a fiscalização do fornecimento de energia elétrica para São Paulo.
“Se a gente não fizer nada, TCU, ministério, agência não fizer nada, na próxima chuva vamos viver o caos”, disse.
Quando questionado pelos jornalistas sobre a prorrogação do contrato com a concessionária, o governador disse que não há vantagem em manter o contrato e disse que a empresa deve deixar o país:
Está claro que ela é incompetente, está claro que ela não se preparou para fazer investimento, é claro que ela não se preparou para fazer distribuição de energia na cidade de São Paulo, tá claro que ela tem que sair daqui. Ela tem que sair do Brasil
O político disse: “Sabidamente essa empresa não tem condições de prestar esse serviço. Onde ela esteve no Brasil ela fracassou. O que aconteceu neste final de semana em São Paulo vai acontecer de novo.”
Tarcísio de Freitas ainda disse que a “Enel vem deixando de cumprir suas obrigações” e defendeu que a aplicação de multas não é suficiente, porque a empresa “recorre ao judiciário” e “não paga”. De acordo com eles, a concessionária não cumpriu com o plano de contingência elaborado: “Ela tinha que ter 1.500 pessoas imediatamente nas ruas após as chuvas”, afirma.
O governador ainda criticou a falta de contratação, mapeamento de pontos críticos, falta de plano de enterramento e plano emergencial por parte da empresa, e mencionou policiais militares terem fornecido diesel para sustentar geradores de um hospital impactado pela falta de energia em São Paulo.
A CNN aguarda um retorno dos envolvidos sobre as declarações do governador.


