Vereadores de processo contra Gabriel Monteiro denunciam ameaças virtuais à polícia
Intimidações foram reunidas e apresentadas em denúncia para Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática
O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro anunciou que os integrantes do grupo vêm recebendo ameaças virtuais e que encaminhou denúncia sobre as intimidações à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).
Desde abril, o conselho atua em um processo ético-disciplinar que investiga suposta quebra de decoro parlamentar do vereador Gabriel Monteiro (PL) e que pode levar à cassação de seu mandato. Ele é suspeito de ter praticado estupro, assédio e forjado vídeos com pessoas em vulnerabilidade social para arrecadar recursos pela Internet.
O relator do processo, o vereador Chico Alencar (PSOL), afirma que já recebeu mais de 300 ameaças pela internet. No caso da vereadora Teresa Bergher (PSDB), esse número chega a três mil.
Os vereadores pediram abertura de inquérito para investigar a origem dos ataques. Na próxima segunda (13) e terça-feira (14), a Polícia Civil irá realizar varreduras nos gabinetes e celulares dos membros da Casa.
Na quinta-feira (9), o conselho ouviu duas testemunhas de defesa de Monteiro: o perito Leandro Lima, contratado pelo vereador para realizar perícia independente, e o policial militar Bruno Novaes, que realiza a escolta do parlamentar.
Novaes estava presente no dia do vídeo em que o vereador aparece beijando uma menina no pescoço, mas falou que não presenciou o momento do beijo. O conselho já ouviu quatro testemunhas de defesa.
De acordo com a Casa, serão ouvidas outras quatro pessoas nas próximas duas semanas. Na terça-feira (14), às 13h, depõem Rafael Murmura Angelo, assessor de marketing do vereador, e Miqueias Arcênio.
Na semana seguinte, também na terça (21), às 13h, o conselho ouve Pablo Foligno e o delegado da 42ª DP (Recreio), Luis Mauricio Armond Campos, que investiga Gabriel Monteiro por armazenar vídeos contendo cenas de sexo com menor de idade.
De acordo com os advogados de Monteiro, ele sinalizou que quer ser ouvido pelo conselho.
“Como o vereador está sendo acusado por ter conduta incompatível e o rito que está sendo seguido é o Código de Processo Penal, é um direito dele ser o último a ser ouvido antes do relator do Conselho emitir seu relatório”, afirma a defesa do parlamentar.
O vereador do PSOL afirma que pedirá a prorrogação do processo por mais 15 dias úteis. O prazo regimental de 30 dias termina no próximo dia 20. Já que em julho há recesso parlamentar e os prazos ficam suspensos, o relatório deve ser apresentado e votado no Conselho de Ética no início de agosto.
Sobre as ameaças feitas aos parlamentares, a defesa de Monteiro afirma que “em nenhum momento, os vereadores afirmaram estar recebendo ameaças do vereador, mas, sim, e provavelmente, de seus seguidores”.
*sob supervisão de Helena Vieira e com informações de Isabelle Resende