Veterinários viram réus por suspeita de maus-tratos contra animais em BH
Entre as práticas adotadas pelos profissionais estavam a retirada de sangue para venda e o congelamento de animais mortos
A Justiça de Minas Gerais recebeu, nesta terça-feira (9), a denúncia do Ministério Público (MPMG) contra 13 pessoas suspeitas de estarem envolvidas em maus-tratos contra animais na Clínica Veterinária Cuidado Animal (Animed), na região metropolitana de Belo Horizonte. O local foi alvo de investigações em 2019.
Os dois sócios da clínica, dois gerentes, o advogado do estabelecimento e sete médicos veterinários foram denunciados por se associarem na intenção de obter vantagens financeiras.
Entre os crimes de maus tratos que teriam sido cometidos pelos profissionais estão a retirada de sangue de animais levados para banho e tosa, sem autorização dos tutores, com o objetivo de vender; demora para comunicar sobre a morte do animal para estender o período de internação; e congelamento dos animais e posterior descongelamento para simular que o mesmo acabara de morrer.
A denúncia também contempla os crimes de estelionato, descarte irregular de lixo infectante, maus-tratos a animais e venda de medicamentos proibidos, vencidos e com embalagens adulteradas. Uma outra pessoa foi denunciada por falso testemunho.
Segundo a denúncia, oferecida pela Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Nova Lima e pela Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna (Cedef), a Animed foi construída e utilizada para os crimes que visavam à obtenção de lucro e causavam sofrimento aos animais e tutores.
Ainda conforme a denúncia, os veterinários também simulavam procedimentos em animais já mortos, prescreviam medicamentos desnecessários e utilizavam medicações proibidas e vencidas.
O Ministério Público pediu que os réus sejam condenados a pagar indenização pelos danos causados, percam os produtos do crime, tenham os direitos políticos suspensos e a perda de patrimônio da clínica.
No requerimento também há um pedido de medida cautelar de suspensão do exercício profissional médico veterinário, bloqueio de contas e dos bens de todos os denunciados, além da interdição do clínica. Também fica proibido que os sócios se tornem proprietários de empresas que tenham a finalidade de tratamento veterinário.
A clínica Animed foi fechada em 2020, um ano após o início das investigações. A CNN tenta contato com a defesa do acusados.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo