Zé Pelintra ganha dia de homenagem no calendário oficial do Rio de Janeiro

Lei que estabelece dia 7 de julho como Dia do Zé Pelintra foi promulgada nesta terça-feira (20) na Câmara Municipal

Rafaela Cascardo, da CNN, no Rio de Janeiro
Adorador lê uma oração durante as comemorações do Dia de São Jorge em 23 de abril de 2014 no Rio de Janeiro, Brasil. São Jorge também é uma figura importante na religião afro-brasileira Umbanda  • Mario Tama/Getty Images
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A lei que cria o Dia do Zé Pelintra foi promulgada nesta terça-feira (20) pelo presidente da Câmara do Rio de Janeiro, vereador Carlo Caiado (sem partido).

A lei nº 7.549/2022, de autoria dos vereadores Átila A. Nunes (PSD) e Tarcísio Motta (PSOL), foi votada e aprovada em agosto. O Dia do Zé Pelintra deverá ser comemorado na cidade do Rio todo dia 7 de julho.

Ícone da umbanda, o Zé Pelintra representa uma figura de encantamento, porém foi um revolucionário ao dar novo significado para a arte dos menos favorecidos, que era marginalizada.

“A inclusão da data no calendário oficial da cidade será um marco importante. Ela poderá ser aproveitada para os festejos tradicionais, a unificação entre lideranças religiosas e instituições que sofrem com intolerância religiosa, racismo e xenofobia”, justifica Átila A. Nunes.

O Zé Pelintra possui um santuário na cidade do Rio de Janeiro, localizado no bairro da Lapa, na Região Central. Uma das entidades mais populares de matriz africana, Zé Pelintra é citado, muitas vezes, em artes, como pinturas, obras literárias e poéticas e na música.

O músico Itamar Assumpção, morto em 2003, cantava, em sua homenagem: “E quando Zé Pelintra pinta na aldeia, o povo todo saracoteia”.

Segundo dados do Observatório das Liberdades Religiosas (OLR), ocorreram pelo menos 47 casos de intolerância religiosa no estado do Rio, em 2021. Entre eles, ataques aos costumes, a templos e a adeptos de matrizes africanas.